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quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Organização do Trabalho Pedagógico - questões de prova


1. O que é didática?

A didática ficou conhecida através de Comenius devido ao seu livro “Didática Magna”, a didática pode ser entendida por arte e técnica de ensinar. Ela tem por compromisso buscar praticas pedagógicas que promovam um ensino realmente eficiente, com significado e sentido para os educadores e que contribua para a transformação social. (leia mais sobre didática no fim desta página)



2. Defina processo de ensino/aprendizagem.
O ensino consiste no planejamento e na seleção de experiências de aprendizagens que permitem ao aluno reorganizar seus esquemas mentais, estabelecendo relações entre os conhecimentos que já possui e os novos, criando novos significados.
O aprender é um processo essencialmente dinâmico que requer do aluno, a mobilização de suas atividades mentais, para compreender a realidade que o cerca, analisa-la e agir sobre ela, modificando-a.


Outra resposta - O processo ensino-aprendizagem se dá na interação entre professor e aluno, aluno e aluno e destes com o mundo.
Como dizia Vygotsky, entre ensino e aprendizagem existe um intercâmbio ativo e recíproco e que o ensino impulsiona a aprendizagem.
A aprendizagem é um processo integrado que provoca uma transformação qualitativa na estrutura mental daquele que aprende. Essa transformação se dá através da alteração de conduta de um indivíduo, seja por condicionamento operante, experiência ou ambos, de uma forma razoavelmente permanente.


O processo ensino-aprendizagem é composto de duas partes: ensinar, que exprime uma atividade e aprender, que envolve certo grau de realização de uma determinada tarefa com êxito.                                                                                                                                                       


3. Quais as duas dimensões didáticas indicadas na formação dos professores segundo Libâneo?
Conforme Libâneo, a formação do educador inclui a dimensão teórico-cientifica que inclui questões de ordem acadêmica e pratica e a dimensão teórico-prática que inclui o relacionamento de disciplinas de ordem metodológicas, filosóficas e etc.
Outra resposta     
Determina, o autor, que as duas dimensões da formação profissional do professor para o trabalho didático em sala de aula. A primeira destas dimensões é a teórico-científica formada de conhecimentos de filosofia, sociologia, história da educação e pedagogia.
A segunda é a técnico–prática, que representa o trabalho docente incluindo a didática, metodologias, pesquisa e outras facetas práticas do trabalho do professor. Neste subtítulo, Libâneo define a didática como a mediação entre as dimensões teórico-científica e a prática docente. 


Outra resposta - Conforme Libâneo, a formação do educador inclui as dimensões teóricas cientifica que inclui questões de ordem acadêmica e pratica, teórico pratica que inclui o relacionamento de disciplinas de ordem metodológicas, filosóficas e etc.


                                                                                                                                         
4. A educação pode ser entendida como transformadora da sociedade, por quê?
Segundo Luckesi a educação é redentora da sociedade, ela tem força para "salvar" a sociedade e Segundo Scheibel a escola é responsável pela promoção do desenvolvimento do cidadão, no sentido pleno da palavra. Desta forma podemos entender que a educação é fato decisivo para mudar o futuro de seus educandos proporcionando meios de conquistar sua autonomia e cidadania quanto indivíduo, transformando-o em um cidadão mais consciente capaz de compreender e criticar a realidade, atuando na busca da superação das desigualdades e do respeito ao ser humano.


6. Considerando as competências necessárias para a prática do professor, nóvoa enumera e valoriza duas competências, que são:    
Ser decidido e estar em segurança. Ensinar a pensar criticamente e desenvolver comportamento ético. Organizar e compreender o conhecimento. reconhecer o impacto das tecnologias e saber como aplicá-las


7. Qual deve ser a busca do profissional “professor” na busca pela identidade e conhecimento?
O professor em sua profissão deve buscar estar sempre adquirindo conhecimentos e metodologias de ensino, para que seus alunos possam agregar novos conhecimentos, por isso a necessidade da busca pela formação continuada.


8. Destaque a importância da formação do professor e da escola reflexiva.
Ao pensarmos em todas as mudanças econômicas, sociais e culturais que surgem com a contemporaneidade e junto com esta contemporaneidade surge uma vasta tecnologia é importante que se busque um professor e uma escola reflexiva, que pensa sobre si mesmo que compreende a função social do ensino, que defina em seu interior o tipo de escola e para o que a queremos, bem como sua repercussão no meio sociocultural. O professor reflexivo ouve seus alunos, e faz com que a escola também os escute isto torna o processo de ensino aprendizagem muito mais eficaz.


9. Comente a seguinte frase: “Falar em prática reflexiva pressupõe entende-la como atitude que possibilita ao professor voltar-se sobre si mesmo, sobre a comunidade escolar e sobre a ação dos alunos, a fim de identificar lacunas e a partir delas repensar o seu fazer docente”.
A prática reflexiva nada mais é do que pensar sobre o fazer pedagógico, escola e processo de ensino/aprendizagem é avaliar a eficiência destes processos, analisar se de fato estão alcançando seus objetivos pré-estabelecidos, caso no momento desta reflexão seja constatado que os objetivos não estão sendo alcançados, caberá uma reflexão em busca de uma nova metodologia para que estes objetivos sejam alcançados, desta maneira o professor estará repensando seu fazer docente em busca de um ensino mais eficaz.


10. Em uma sala de aula o professor age como orientador, conselheiro e catalisador junto ao grupo, visando uma reflexão em comum.
A relação professor–aluno é não diretiva, sem nenhuma forma de poder, obrigação e ameaça. É valorizada a vivência grupal, na forma de autogestão. As matérias escolares são vistas como instrumentos complementares colocados à disposição do aluno, mas não são exigidas, pois o importante são os conhecimentos resultantes das experiências vividas pelo grupo. Esta descrição relaciona-se com qual das Pedagogias propostas por Libâneo?
Pedagogia Progressista Libertária


11. Quais as características da pedagogia diretiva e da pedagogia não –diretiva destacando suas contradições?  
Configura-se uma sala de aula onde a observação da entrada de seus alunos, aguardando que os mesmos ocupem seus lugares, e fiquem em silencio chamada de “pedagogia direta”, a disposição da classe também, evita a comunicação entre si: O professor sempre evitara a dispersão da sala mantendo o foco em sua pessoa “dominando assim a palavra dentro da sala” . O professor fala e o educando ouve, o professor decide o que será feito e o educando realizará. O defensor do saber é que podem produzir conhecimentos novos ao educando, basta ouvir, repetir, escrever e aprenderá o conteúdo. O facilitador da aprendizagem é a pratica docente da pedagogia não direta. O educador traz o saber e é preciso apenas organizá-lo de conteúdo, pois acredita que o aluno aprende por si mesmo.
PEDAGOGIA DIRETIVA:  é configurada numa sala de aula em que o professor observa a entrada de seus alunos, aguardando que eles ocupem seus lugares e fiquem em silêncio. As classes são dispostas de modo a evitar que os estudantes conversem entre si. Caso não façam silêncio logo no início da aula, o professor falará alto, chamará um aluno, xingará outro, até obter a exclusividade da palavra. Só então dará início a aula. Nessa aula, o professor fala, o aluno ouve,  o professor decide o que fazer e o aluno realiza.
PEDAGOGIA NÃO DIRETIVA: Na pratica docente em sala de aula, o professor é, um facilitador da aprendizagem, um auxiliar do aluno. O educando já traz um saber e é preciso apenas organizá-lo ou recheá-lo de conteúdo. O professor deve interagir no mínimo possível, pois acredita que o aluno aprende por si mesmo.


12. Justifique a importância do planejamento para um  professor da educação infantil
Os espaços educacionais para essa faixa etária devem ter em seus princípios educativos, além do cuidado, o educar: educar para desenvolver, educar para socializar, educar partindo do questionamento, da criatividade e da ousadia.
Um professor infantil num planejamento antes de qualquer coisa terá que se importar com um a população  e determinar objetivos para serem alcançados pois planejamento ajuda a realização que se deseja em torno de sua educação ação educativa ( relação teórica pratica ). O planejamento interfere de alguma maneira na realidade. 
O professor infantil terá que despertar e defender diante de suas convecções culturais planos para essa população a qual ela será mediadora e que indiretamente adequará suas ações educacionais para formação de individuo que serão formadores de opinião.


Outra resposta - O planejamento, o ensino e a avaliação são atividades que devem supor conhecimento do processo de ensino e aprendizagem.
O planejamento escolar propõe uma tarefa ao professor de previsão e revisão do processo de ensino completamente.
O planejamento do trabalho docente é um processo de racionalização, organização e coordenação da ação do professor, tendo as seguintes funções: explicar princípios, diretrizes e procedimentos do trabalho; expressar os vínculos entre o posicionamento filosófico, politico, pedagógico e profissional das ações do professor; assegurar a racionalização, organização e coordenação do trabalho; prever objetivos, conteúdos e métodos; assegurar a unidade e a coerência do trabalho docente; atualizar constantemente o conteúdo do plano; facilitar a preparação das aulas.
Tem-se que entender o plano como um guia de orientação devendo este possuir uma ordem sequencial, objetividade e coerência entre os objetivos gerais e específicos, sendo também flexível.
                                                                                                                                                                            
13. Defina educação bancaria e educação progressista educação libertadora e educação problematizadora ou liberal segunda Paulo Freire
A educação bancária com sua prática narradora, sem diálogo, para a transmissão e avaliação de conhecimentos numa relação vertical, o saber é fornecido de cima para baixo, e autoritária porque manda aquele que sabe. O método da educação bancária é a opressão, o antidiálogo. Nessa educação o educando recebe passivamente a doação do saber do educador que é o único sujeito do processo.


outra resposta - A educação Bancaria, pratica narradora sem dialogo, para transmissão e avaliação de conhecimento numa relação vertical o saber é de cima para baixo, usar o método da opressão e o anti dialogo. È como uma doação aquele que possuem para aquele que necessita, o necessitado acostuma-se comum a situação ingênua e se acomodar a educação configura-se como um Banco, recebe os depósitos guarda-os e arquiva-os.


Educação bancária: voltada para o professor; o professor faz a narrativa e o aluno é simplesmente um depositário daquelas informações; a postura do aluno é de ouvinte e o papel de decorar.
Aqui, os alunos recebem o conhecimento e o repetem até decorar, os alunos são como vasos vazios. Nesta forma de educação predomina o antidiálogo a opressão, pois os alunos não podem questionar seus professores.

Segundo Freire, este modelo de educação e tratado por ele como a pedagogia do oprimido onde suas características são: conquista divisão, manipulação e invasão cultural. Nesta modalidade de educação, configura-se então a educação exercida como pratica de dominação.
Educação progressista: nessa tendência, o papel da escola é adequar as necessidades individuais ao meio social, organizando-se de forma a retratar a vida. O conhecimento resulta da ação docente a partir dos interesses e necessidades dos alunos, valorizando mais os processos mentais e habilidades cognitivas, isto é as de conhecimento do que conteúdos organizados racionalmente.


Outra resposta - Na educação progressista se preocupa as questões “sócias política” sendo que nela a escola pode combater o sistema capitalista para construir o socialismo. O dialogo autentico entre professores e alunos (pois ambos são sujeito do conhecimento) questiona das relações que o ser humano tem com a natureza e suas semelhantes para transformá- la, uma nova forma de relação entre conteúdo escolar e na experiência vivida pelos alunos.


Educação problematizadora ou liberal: Professor e aluno num movimento dialógico, onde existe a pergunta, o questionamento, a fala e argumentação; Aluno e professor são considerados sujeitos do próprio processo, onde há o respeito pelo aluno, e através da busca, a construção do conhecimento; Trás todas as condições necessárias para o ato de ensinar e aprender, nos dias de hoje; Ela a fazer desaparecer a fragmentação de ensino para que o aluno consiga, com a mediação do professor, ter uma visão global do ato de aprender.
 

Educação Libertadora: Nela são lançados temas geradores; o professor e aluno num movimento de diálogo; onde existe a pergunta o questionamento, a fala e argumentação; o aluno e  professor são considerados sujeitos do próprio processo.


14. Segundo Freire(2003) a educação libertadora se contrapõe a bancária. Cite três características da bancária e da libertadora no que diz respeito ao ato de ensinar.
Educação bancária: voltada para o professor; o professor faz a narrativa e o aluno é simplesmente um depositário daquelas informações; a postura do aluno é de ouvinte e o papel de decorar.
Educação Libertadora: Nela são lançados temas geradores; o professor e aluno num movimento de diálogo; onde existe a pergunta o questionamento, a fala e argumentação; o aluno e  professor são considerados sujeitos do próprio processo.



15. Considerando a Multidisciplinaridade e a Pluridisciplinaridade , são formas de organização curricular que buscam quebrar o isolamento das disciplinas, defina cada uma delas.
A multidisciplinaridade acontece quando um fenômeno é analisado por vários especialistas de diferentes disciplinas.  A sua origem encontra-se na idéia de que o conhecimento pode ser dividido em partes (disciplinas), constitui-se então a partir de uma determinada subdivisão de um domínio específico de conhecimento.
Outra resposta - A multidisciplinaridade corresponde a estrutura tradicional de currículo nas escolas a qual se encontra fragmentado em varias disciplinas. Assim Cadam matéria contribui, com a informação entre elas e a 


Pluridisciplinaridade: como a justaposição de disciplinas mais ou menos vizinhas nos domínios do conhecimento, formando-se áreas de estudo com conteúdos afins, com uma menor fragmentação, ou seja, é quando um único tema é trabalhado por áreas diferentes e especialistas da área do conhecimento que se está estudando.
é pesquisar não apenas uma disciplina e
sim varias ao mesmo tempo.

16. Defina interdisciplinaridade e transdisciplinaridade.
Interdisciplinaridade: visa a interdependência, a interação e a comunicação existentes entre as áreas do conhecimento.
Transdisciplinaridade: configura-se por temáticas que ultrapassam a própria articulação entre as disciplinas, ou seja, não encontra assento em nenhum campo já constituído.


17. O que produziu a didática de Comenius? Comente.
Comenius viveu em um período muito conturbado com guerras e a transição da Idade Média com a Idade Moderna, os sofrimentos pelos quais ele passou o levou a buscar alternativas para educar melhor o ser humano e, assim, possibilitar-lhe uma vida mais digna, para ele a educação era o caminho para criar um ser humano e uma sociedade melhor.
A didática de Comenius popularizou a sistematização do processo de ensino, esta tinha por fundamento “ensinar tudo a todos”.


18. Comente, exemplifique, sobre a identidade do professor, levando em consideração o comentário da professora “Pimenta”
Para a professora Pimenta o desafio dos cursos de licenciatura é o de colaborar no processo de passagem dos alunos de seu ver o professor como aluno ao ver-se como professor. Isto é, de construir a sua identidade de professor. Para que os saberes da experiência não bastam.
A construção da identidade do professor se baseia em fatos tais como: significação social da profissão, revisão das tradições, rede de relações com outros professores, em escolas, sindicatos e outros agrupamentos, embora todos os professores saibam o que é ser professor, nos cursos de formação que ele se defronta com situações de cunho prático e teórico.


A construção da identidade do professor acontece a partir da significação social da profissão, da revisão constante dos significados sociais da profissão, da revisão das tradições e na reafirmação das práticas consagradas culturalmente que permanecem significativas.  Assim sendo, a profissão do educador é uma prática social.  (Libâneo)


24. Pimenta(1999) aponta alguns passos para a construção da identidade do professor. Construa um conceito sobre a constituição da identidade profissional do professor tendo como referência esta autora
Para a autora a identidade profissional deve adaptar-se ao conceito social, político e histórico, num processo crítico reflexivo e investigativo de sua prática, sendo assim o professor pode construir sua identidade profissional levando em consideração o local onde leciona, o mesmo deve analisar como é a comunidade, qual a realidade das crianças e procurar criar uma identidade que atenda as necessidades de onde esse professor atua, isso incluir analisar qual o significado social de sua profissão naquela localidade.


19. Qual as funções e planejamento de Libaneo? Exemplifique
Libaneo define o planejamento como um processo de racionalização, organização e coordenação da pratica docente, articulando a ação escolar e o contexto social. Ao mesmo tempo, o planejamento é um momento de pesquisa e reflexão intimamente ligado à avaliação. Assim, o ato de planejar não se reduz ao mero preenchimento de formulários administrativos. É a ação consciente de prever a atuação do educador, alicerçada nas suas opções político-pedagógicas e fundamentada nos problemas sociais, econômicos, políticos e culturais que envolvem os participantes do processo de ensino-aprendizagem (escola, professores, alunos, pais, comunidade).Ex: assegurar um ensino de qualidade, planejar de acordo com as condições sócias e individuais dos alunos entre outras funções.


20. Monte um planejamento de aula...
No planejamento de aula o professor indica os procedimentos necessários para a realização dos planos de estudo. Um planejamento de aula precisa: apontar para os objetivos a serem alcançados, descrever o conteúdo que será trabalhado na aula, definir os procedimentos de ensino e organizar as atividades de seus alunos, sugerir recursos como cartazes, jornais, livros, filmes e outros objetos para serem utilizados durante as aulas e estabelecer de que maneira será feita a avaliação


Outra resposta - O plano de aula é certamente um detalhamento do plano de ensino, é uma especificação do mesmo. O detalhamento da aula é fundamental para obtermos uma qualidade no ensino, sendo assim o plano de aula torna-se indispensável. Em primeiro lugar, deve-se considerar que a aula é um período de tempo variável, sendo assim, as unidades devem ser distribuídas sabendo-se que às vezes é preciso bem mais do que uma aula para finalizar uma unidade ou fase de ensino. Nesta preparação, o professor deve reler os objetivos gerais das matérias e a seqüência dos conteúdos; desdobrar as unidades a serem desenvolvidas; redigir objetivos específicos por cada tópico; desenvolver a metodologia por assunto; avaliar sempre a própria aula.


Outra resposta - Escolher o tema da aula. Pois é a partir dele que todo o plano será elaborado.
- Definir o objetivo e as competências que deverão ser desenvolvidas nos alunos.
- Pesquisar os materiais que serão utilizados: livros, filmes, músicas, sites, sucata, tinta etc. Dependendo do nível da classe, uma bibliografia poderá auxiliar os alunos.
- Criar estratégias de como e quando cada material e/ou as informações serão apresentadas ou utilizadas, para que o objetivo - no item 2 – seja alcançado com sucesso. A estratégia deve ser elaborada de forma a manter a atenção e a motivação dos alunos durante toda a aula. Provocar debates e questionamentos para o bom desenvolvimento do tema e, se possível, aproximar os alunos de forma prática e interativa ao que está sendo estudado. - (resposta minha) (leia mais sobre planejamento no final desta página)


21. Disserte brevemente sobre as abordagens humanistas, comportamentalista e tradicional das tendências pedagógicas segundo Mizukami, considerando a relação professor/ aluno.
Abordagem Tradicional: é vista como um produto de transmissão de idéias selecionadas e organizadas logicamente. O professor é o transmissor do conteúdo, e o aluno, o receptor. Nessa abordagem, a metodologia caracteriza-se por aulas expositivas e demonstrações do professor a classe, onde este já traz o conteúdo pronto e o aluno limita-se a escuta-lo.
Abordagem Comportamentalista: nessa abordagem o conhecimento é visto como uma “descoberta” para o indivíduo que a faz. Porém, o que foi descoberto já se encontrava presente na realidade exterior. A experiência é considerada pelos comportamentalistas como a base do conhecimento.
Abordagem humanista: o professor age como facilitador da aprendizagem, dando assistência ao aluno, sem transmitir conteúdos. Ele não ensina apenas cria condições para que os alunos aprendam, visto que o conteúdo advém das suas próprias experiências.


Abordagem humanista: consiste nas tendências ou enfoques que ressaltam o
sujeito dando ênfase a relações interpessoais e à vida psicológica e
emocional do indivíduo, chamado de ensino centrado no aluno.
                                                             
22. Quais as características do trabalho com projetos são mais enfatizados na Educação Infantil? Exemplifique uma delas.
A pedagogia de projetos tem como norte, partindo dos conhecimentos que as crianças trazem para a escola, construir conhecimentos científicos, oriundos de situações problema.  Significa ter uma perspectiva interdisciplinar, o que representa a busca pelos verdadeiros vínculos e conexões entre os conhecimentos, inclusive entre o educar e o cuidar. Ex: para trabalhar com projetos na faixa etária de 4 a 6 anos é necessário organizar atividades que envolvem odores, ritmos, tempo, paladar, tato, locomoção, uso dos espaços, matérias em sala de aula, trabalhos que busquem incentivar, estimular, proporcionar, valorizar os conhecimentos das crianças e dos professores entre outras coisas.


23. Com base nos pressupostos freireanos sobre o ato de ensinar, relate uma situação na qual o professor desempenhe seu papel em relação ao aluno e sua aprendizagem
A tolerância possibilita aprender com o diferente e requer respeito, disciplina e ética.O professor tem que ter o dialogo, não impor e sim negociar ai executa e constrói o conhecimento com o aluno


25. Ensinar bem não consiste apenas em dominar os conteúdos ou utilizar métodos e estratégias de ensino adequados para que o aluno aprenda. Você concorda com essa afirmativa? Explique.
Sim, a atitude do professor vai muito além de estratégias para o aluno aprender. Tudo que o professor fala e faz vem carregado sempre de muito significado para aqueles que o estão ouvindo, até mesmo a escolha dos conteúdos a serem estudados, exemplos e atividades refletem as idéias desse professor e a consciência de seu papel frente a aprendizagem dos alunos, por isso ele precisa estar atento as escolhas que faz e consciente de suas ações para que a escola cumpra seu papel.


26. Descreva a função da família no período medieval e moderno considerando as mudanças ocorridas no tratamento da infância.
Na família medieval não havia separação entre crianças e adultos nas famílias, as crianças eram vestidas como mini-adultos e participavam de tudo sem distinção, não se fazia diferenciação sexual nas roupas e nem nos brinquedos, a parte do lúdico era muito importante e crianças e adultos brincavam juntas das mesmas brincadeiras.
Na modernidade a criança seria separada do imaginário adulto e a escola assumiria o papel preponderante de educá-la em um processo de enclausuramento, passou a se fazer de tudo para preservar a criança da sujeira da vida e especialmente da sexualidade tolerada pelos adultos.
Sendo assim da família medieval a família moderna transformações ocorreram a partir das relações afetivas estabelecidas com as crianças.


27. O conceito de currículo tem várias denominações. Eleja um e explique-o sob a ótica do cotidiano escolar.
O currículo como sendo um cultura representada, conteúdos, processos avaliativos, constituindo-se assim como texto de poder: acolhe e define o que considera mínimo para aprender , mínimo para ensinar, mínimo para avaliar. Representando e produzindo identidades culturais e sociais, definindo o que é válido, o que não é valido, o que deve ser respeitado e o que deve ser descartado. Nesse sentido faz-se necessário levar para as salas de aula o que os nossos alunos escutam, vêem, ou seja, tudo o que é estranho a nós- sua cultura, sem esquecermos de não esteriotipá-la.


O conceito de currículo tem várias denominações. Eleja um e explique-o sob a ótica do cotidiano escolar.
O currículo é a união dos princípios e sua operacionalidade, entre a teoria e a pratica, entre o planejamento e a ação, entre o prescrito e o que realmente acontece nas salas de aula (COLL, 1998) O currículo é base do que será ensinado no cotidiano escolar. O currículo como sendo uma cultura, representa conteúdos, processos avaliativos, constituindo-se assim como texto de poder: acolhe e define o que considera mínimo para aprender, mínimo para ensinar, mínimo para avaliar. Representando e produzindo identidades culturais e sociais, definindo o que é válido, o que deve ser respeitado.

Outra resposta - A atitude do professor vai muito além de estratégias para o aluno aprender. Tudo que o professor fala e faz vem carregado sempre de muito significado para aqueles que o estão ouvindo, até mesmo a escolha dos conteúdos a serem estudados, exemplos e atividades refletem as idéias desse professor e a consciência de seu papel frente a aprendizagem dos alunos, por isso ele precisa estar atento as escolhas que faz e consciente de suas ações para que a escola cumpra seu papel.


Currículo significa percurso, carreira, curso. Aplicado à educação o currículo sofre transformações em sua trajetória
O currículo escolar são experiências sociais acumuladas pelas crianças ao longo de sua existência, é formado e desenvolvido a partir do conhecimento prévio de cada aluno em particular. Existe uma valorização do conhecimento de mundo dos alunos que embasa as atividades desenvolvidas pelo professor
cada instituição pode construir o seu currículo, ou este fazer parte da rede escolar, podendo usar os livros didáticos no auxilio desta construção.
sendo o currículo uma construção social ele é, também, construção cultural, pois toda prática educativa que se assimila, tende-se a repassá-la às futuras gerações, perpetuando-se, assim, a cultura como marca da presença do homem em sociedade.


O currículo formal é entendido como o conjunto de prescrições oriundas das diretrizes curriculares, produzidas tanto no âmbito nacional quanto nas secretarias e na própria escola e indicado nos documentos oficiais, nas propostas pedagógicas e nos regimentos escolares.
O currículo real é a transposição pragmática do currículo formal, é a interpretação que professores e alunos constroem, conjuntamente, no exercício cotidiano de enfrentamento das dificuldades, sejam conceituais, materiais, de relação entre professor e alunos e entre os alunos. São as sínteses construídas por professores e alunos, a partir dos elementos do currículo formal e das experiências pessoais de cada um.


Há várias formas de composição curricular, mas os Parâmetros Curriculares Nacionais indicam que os modelos dominantes na escola brasileira, multidisciplinar e pluridisciplinar, marcados por uma forte fragmentação, devem ser substituídos, na medida do possível, por uma perspectiva interdisciplinar e transdisciplinar. O que isso significa?
Interdisciplinaridade significa a interdependência, interação e comunicação entre campos do saber, ou disciplinas, o que possibilita a integração do conhecimento em áreas significativas.
Transdisciplinaridade é a coordenação do conhecimento em um sistema lógico, que permite o livre trânsito de um campo de saber para outro, ultrapassando a concepção de disciplina e enfatizando o desenvolvimento de todas as noções e aspectos do comportamento humano.

28. Descreva 3 semelhanças e 3 diferenças que são marcas didáticas inerentes a um plano de aula e um projeto de trabalho.
Nos planos de aula o professor deve: apontar para os objetivos a serem alcançados, descrever o conteúdo que será trabalhado na aula, definir os procedimentos de ensino  e organizar as atividades de seus alunos, estabelecer de que maneira será feita a avaliação, o plano de aula assume formas que variam de um diário a um semanário.
Nos projetos de trabalho não existem roteiros definidos assim como o plano de aula: escolha do tema, planejamento do trabalho, problematização, execução, divulgação, avaliação.
Os momentos de desenvolvimento de um projeto de trabalho devem ser considerados como parte de um processo contínuo, sujeitos a mudanças de acordo com as necessidades que surgem durante sua execução. O planejamento deve ser flexível para incorporar as modificações que se façam necessárias no decorrer de seu desenvolvimento.

Descreva 3 (três) semelhanças e 3 (três) diferenças que são marcas didáticas inerentes a um plano de aula e um projeto de trabalho.
No plano de aula o professor faz a proposta de trabalho a ser realizado em um prazo determinado de uma ou mais aulas, com o detalhamento pretendido e objetividade com a indicação dos procedimentos para a realização. Assim, ele aponta os objetivos a serem alcançados, o conteúdo a ser trabalhado, os procedimentos e atividades, os recursos materiais, e estabelece a maneira de avaliação, cuidando que sejam coerentes com o objetivo e faixa etária, claro, ordenado e atrativo

Os projetos de trabalho visam contribuir na formação do sujeito ativo, levando em conta a ideia de globalização, este processo é contínuo e sujeito a mudanças pelas necessidades durante o decorrer do projeto, sendo assim flexível (sem roteiro fixo). Em comum temos itens como o tema, que pode variar neste caso, não sendo do currículo oficial; o planejamento do trabalho que já engloba as etapas, objetivos e conteúdos; uma problematização de como será realizado o estudo; a execução em sí e seus meios; e divergindo na proposta da divulgação, que neste caso já é parte integrante do projeto e a avaliação, que considera o conhecimento prévio.

29. Descreva três situações em que se evidencie a elaboração de um bom planejamento no ensino fundamental.
Ao escolher os temas das aulas que os alunos tenha grande aceitação, que prenda a atenção e a motivação deles. Que de uma pequena duvida pode se transformar em uma grande aula.

30. Defina Cibercultura e ciberespaço. Cibercultura é entendida como a manipulação digital da sociedade, do saber e de determinadas informações. Ciberespaço é o espaço virtual, ou seja, tudo o que encontramos através da internet como, por exemplo, livros, filmes e etc.

31. Justifique a importância do planejamento para um professor da  educação infantil.
Um professor infantil num planejamento antes de qualquer coisa terá que se importar com um a população  e determinar objetivos para serem alcançados pois planejamento ajuda a realização que se deseja em torno de sua educação ação educativa ( relação teórica pratica ). O planejamento interfere de alguma maneira na realidade. O professor infantil terá que despertar e defender diante de suas convecções culturais planos para essa população a qual ela será mediadora e que indiretamente adequará suas ações educacionais para formação de
individuo que serão formadores de opinião .

32. Quais as funções e planejamento de Libâneo? Exemplifique
Libâneo define o planejamento como um processo de racionalização, organização e coordenação da pratica docente, articulando a ação escolar e o contexto social. Ao mesmo tempo, o planejamento é um momento de pesquisa e reflexão intimamente ligado à avaliação. Assim, o ato de planejar não se reduz ao mero preenchimento de formulários administrativos. É a ação consciente de prever a atuação do educador, alicerçada nas suas opções político-pedagógicas e fundamentada nos problemas sociais, econômicos, políticos e culturais que envolvem os participantes do processo de ensino-aprendizagem (escola, professores, alunos, pais, comunidade).Ex: assegurar um ensino de qualidade, planejar de acordo com as condições sócias e individuais dos alunos entre outras funções.


33. Perfil ideal de professor – de acordo com Tramontim (2006), o professor ideal que se busca construir é aquele que consiga de verdade:

    • ser um educador;
    • conhecer o universo do educando;
    • tem bom senso;
    • permite proporcionar o desenvolvimento da autonomia dos alunos;
    • tem entusiasmo e paixão;
    • vibra com as conquistas de seus alunos;
    • não discrimina ninguem;
    • não se mostra mais próximo de alguem, deixando os outros à deriva;
    • ser politicamente participativo;
    • aprenta opiniões que tenha sentido para o aluno e sabe de suas responsabilidades na condução do processo de crescimento humano, de formação de cidadões, de formento e de novos lideres.
34. Segundo Paulo Freire, quais as qualidades ou características do professor progressista?
Para Freire, são qualidades imprecindíveis a decisão, a segurança, tenção entre paciência e impaciência e alegria de viver.
  • capacidade de decisão para que os alunos percebam suas deficiencias como fraqueza moral ou incompetência profissional;
  • segurança para fundamentar seu trabalho pedagógico cientificamente, deve ter clareza política e integridade ética;
  •  tensão entre paciência e impaciência: a paciencia isolada faz com que o professor se acomoda, renuncia ao sonho democrático e e tem seu discurso enfraquecido e conformado. A impaciência isolada pode ameaçar o êxito da prática docente com a arrogância do professor. Sendo assim, paciência e impaciência não pode ser sepadada.
Outra resposta – Freire afirma que,  humildade, amorosidade, corajem, tolerância, competência, capacidade  de decidir, segurança, eticidade, justiça, tensão entre paciência e impaciência e parcimônia verbal são qualidades indispensáveis do educador progressista.

- ter amorosidade: amar a profissão, gostar do que faz e tratar os alunos com amor de igual pra igual, independente das características física e posição social de cada um, porque todos são seres humanos e merecem respeito e amor;
- ter humildade: não se achar o todo poderoso, mas saber tratar o seu conteúdo de acordo com as necessidades dos alunos, respeitar os saberes do aluno para a partir deles ir a diante na sua trajetória de educar e de ensinar;
- ser tolerante para aceitar as diferenças e dar a todos os alunos o mesmo tratamento;


Requisitos para a formação do professor, segundo Líbâneo;
- conhecer estratégias do ensinar a pensar e ensinar a aprender, tentando atualizar-se em em termo de sala de aula com métodos globalizantes, fazendo com que o aluno seja protagonista, pesquisando, e buscando quetões que leve a construção do seu próprio conhecimento com autonomia;
- ensinar a pensar criticamente, fazendo uma ligação com a questão como ela acontece com um olhar mais abrangente e mais crítico, levando o aluno a questionamentos pertinentes.;
- desenvolver a capacidade comunicativa - o professor com o domínio do conteúdo deve se movimentar na sala de aula de forma de forma que sua linguagem seja acessível e que na sala de aula haja uma dinâmica interessante, de forma que todos participem daquilo que está sendo discutido. A mensagem que o professor transmite deve ser compreendida pelos seus alunos;
- reconhecer e sentir o impacto das novas tecnologias na sala de aula, no seu fazer pedagógico para que não aconteça de o aluno ter o domínio maior que o professor, acontecendo assim, uma defasagem, o que não seria bom;
- buscar atualização por meio de formação continuada, se atualizando através de cursos de formação, nos cursos de pós-graduação assim como ler livros específicos de sua área, abrindo sua visão, evitando assim, cair numa visão fragmentada, pobre e sem sentido;
- interagir no exercício docente a dimensão afetiva, dando aos alunos uma atenção especial, amorosidade, tratando-os de igual-pra-igual;
- desenvolver comportamento - o professor deve ter sempre uma postura ética, que leve, através do seu comportamento uma posição que pode ser seguida pelo seus alunos.

35. Comente a seguinte frase: conhecer estrátégias do ensinar a pensar e ensinar a aprender:
Ensinar a pensar exige dos professores  o conhecimento de estratégias  de ensino e o desenvolvimento de suas próprias  competências do pensar.
Se o professor não dispõe de habilidades de pensamento, se não sabe “aprender a aprender”, se é incapaz de organizar e regular suas próprias atividades de aprendizagem, fica impossível ajudar os alunos nas suas potencialidades e capacidades cognitivas

36. Professor pesquisador ou professor reflexivo, existem diferenças?                              
Professor pesquisador é aquele profissional que ministra, relaciona ou instrumentaliza seus alunos para as aulas ou cursos em todos os níveis educacionais, é aquele professor que parte de questões relativas a sua   prática com o objetivo de aprimorá-la.
A pesquisa do professor tem como finalidade o conhecimento da realidade para transformá-la, visando a melhoria de suas práticas pedagógicas e a de seus colegas de profissão.

O professor reflexívo é, fundamentalmente, um professor investigador, pois ele e só ele é capaz de examinar sua prática, identificar seus problemas, formular hipóteses, questionar seus valores, observar o contexto institucional e cultural ao qual pertence, participar do desenvolvimento curricular, assumir a responsabilidade por seu desenvolvimento profissional e fortalecer as ações em grupo

Qual a relação entre professor pesquisador e professor reflexivo?
Os dois, no fundo correspondem a correntes (conceitos) diferentes para dizer a mesma coisa. São nomes distintos, maneiras diferentes dos teóricos da literatura pedagógica abordarem uma mesma realidade. A realidade é que o professor pesquisador é aquele que pesquisa ou que reflete sobre a sua prática, portanto, estamos aqui, dentro do paradigma do professor reflexivo.

O professor pesquisador ou reflexivo adota uma postura critica frente aos conteúdos que pretende trabalhar com seus alunos está articulando seu currículo a favor da aprendizagem e não restringindo seu trabalho ao mero repasse de informações

       O professor pesquisador é aquele que pesquisa ou que reflete sobre a sua prática, que pensa, que elabora em cima dessa prática.
um professor-pesquisador deve:
• Apresentar uma experiência prática sobre os mecanismos de ensino e aprendizagem.
• Ter consciência sobre problemas recorrentes em sala de aula.
• Ter poder de reflexão e questionamento.
• Ser capaz de resolver problemas.
• Expressar criatividade em suas ações

37. Qual a contribuição da teoria das inteligências múltiplas para o trabalho do professor em sala de aula??

Atraves do conhecimento de que nossos alunos possuem  inteligencias multiplas poderemos direcionar de uma forma mais eficaz  o processo de ensino apredizagem,uma vez que podemos priorizar todas as formas de inteligencias encontradas em uma sala de aula,ao inves de previligiar apenas as inteligencias linguisticas-verbal e logica matematica como ocorre na maioria das vezes. A contribuição de Gardner e proporcionar uma reforma  na educaçao, priorizando todas as formas de inteligencia seja ela matematica,musical entre outras,e que existam multiplas inteligencias  e o  fato de termos salas heterogeneas,existinto multiplas possibilidades e ate mesmo encaminhamento de propostas em planejamento

 

38. Qual a influencia de Vygotsky, para a educação e as tecnologias da informação?Sua visão de desenvolvimento das linguagens, pois construímos conhecimentos a partir das linguagens e a tecnologia da informação nada mais é do que uma nova forma de linguagem.


39. Conceitue o termo "Centro de Interesse" evidenciando o contexto no qual este tipo de procedimento surgiu. 
É um método elaborado por Decroly, que adota um programa de ensino desenvolvido em idéias associadas.  Esse método se fundamenta na evolução natural da criança abrangendo suas necessidades (de alimentar-se, de lutar contra as intempéries, de defender-se, de ação, de alegria) e a criança em seu meio (família, escola, sociedade, animais, plantas, terra, água, ar, minerais, sol, lua, estrelas). No desenvolvimento do programa em torno de um tema central, pelas idéias associadas, abrange todas as disciplinas, permitindo a globalização do ensino. Por este método, o ensino não é dividido em matérias ou em aulas, mas apenas em fases que são: observação, associação e expressão. 

Conceitue “Centro de Interesse” evidenciando o contexto no qual este tipo de procedimento surgiu.
Este contexto surgiu com Ovide Decroly na escola L`Ermitaze, sob o lema “para a vida mediante a vida”, como idéias-eixos ao redor das quais convergem as necessidades fisiológicas, psicológicas e sociais das crianças. Decroly fala que a criança não pode perceber as partes depois construir o todo, o ensino fragmentado não permite o desenvolvimento da inteligência. São 5 princípios: de orientação e liberdade; individualidade, atividade, intuição e globalização.

Conceitue “Centro de Interesse” evidenciando o contexto no qual este tipo de procedimento surgiu.
- Os centros de interesse surgiram no início do século XX com Ovide Decroly numa tentativa de renovação dos processos de ensino-aprendizagem, com o tema "para a vida, mediante a vida".
São idéias eixo em torno do qual se dá a aprendizagem, são estudados, em especial, as ciências naturais e sociais.
A escolha do tema a ser trabalhado é feita por votação, porém, não há muita novidade pois os temas são pre-determinados pelo professor e são muito próximos dos conteúdos e o professor é quem determina o modo de trabalhar assim como as atividades a serem realizadas pelos alunos. Faz parte do movimento "Escola Nova".

40. Segundo Imbernón (2004) não basta que o professor seja um bom técnico para exercer seu papel profissional com competência. Considerando esta afirmativa aponte as principais características de um professor dentro do paradigma da Pedagogia Liberal Tecnicista    

O Professor é o técnico e responsável pela eficiência do ensino. É um elo de ligação entre a verdade científica e o aluno, cabendo-lhe empregar o sistema instrucional previsto. A comunicação professor-aluno tem um sentido exclusivamente técnico, que possa garantir a eficácia da transmissão do conhecimento. Debates, discussões, questionamentos são desnecessários, assim como pouco importam as relações afetivas e pessoais dos sujeitos envolvidos no processo ensino aprendizagem

Segundo Ibermon, não basta que o professor seja um bom técnico para exercer seu papel profissional com competência. Considere essa afirmativa e aponte as principais características de um professor do paradigma tecnicista.
É um professor que transmite a matéria conforme o sistema instrucional, mostrando a verdade científica e o aluno; um professor que utiliza procedimentos e técnicas necessárias ao controle das condições ambientais, que assegurem a transmissão e recepção de informações.

Sofremos na escola contemporânea a influência das tendências pedagógicas liberais e progressistas das quais nos fala Libâneo (1985). Disserte sobre essa afirmativa.Atualmente na escola, a tendência liberal se apresenta com grande preocupação em formar os alunos para exercer seu papel na sociedade. Para issso, há uma transmissão dos valores socialmente aceitos, não há questionamentos quanto as diferenças sociais. Essa tendência visa a reprodução do modelo social vigente. Notamos hoje pouco da tendência progressista que leva em conta as desigualdades da sociedade de classes. Nesta pedagogia combate-se o capitalismo com a intenção de implantar o socialismo, buscando a transformação social.

Existem premissas que diferenciam substancialmente o Planejamento normativo e o Planejamento participativo. Compare os dois tipos de planejamento considerando suas bases científica e sua funcionalidade.                                                                                O planejamento normativo parte do pressuposto de uma realidade estática onde é possível executar as ações e mudanças planejadas baseadas em desejos já formalizados e defenidos, desconsiderando e até anulando os fatores externos (sociais, políticos e culturais), que possa influenciar na intenção de mudança de situação existente para uma situação desejada. Os planos, programas e projetos expressam o desejável; se valoriza muito o papel dos técnicos; determinam-se antecipadamente as estratégias  a serem usadas, desconsiderando a opinião das pessoas envolvidas no processo. Aqui, o sujeito que planifica está fora da realidade planificada e tem o monopólio do plano.

O planejamento participativo, em oposição ao normativo, propõe um novo modelo de planejamento educativo, colocando como foco principal a participação para a constituição desse novo modelo, sem a intervenção de especialista no assunto e com uma visão dinâmica, onde os objetivos podem ser modificados de acordo com novos problemas e novas descobertas ao longo da caminhada.

Aqui, o planejador é um membro do grupo com a função de organizar as discuções e decisões


Existem premissas que diferenciam o planejamento normativo e o participativo. Compare os dois tipos, considerando suas bases cientifica e sua funcionalidade.
Com base científica o planejamento normativo trabalha com o mínimo de riscos e incertezas e o participativo trabalha com os riscos e
incertezas para solução do problema. As funcionalidades do planejamento normativo são formulados por um quadro teórico ideal sem a participação das pessoas envolvidas no processo, No Participativo já o grupo busca os problemas que afetam o grupo e vão sendo modificados sempre que necessários.

Existem premissas que diferenciam o planejamento normativo e o participativo. Compare os dois tipos, considerando suas bases cientifica e sua funcionalidade.
- Normativo/base científica - conhecimento/constatação; os objetivos são isolados e descontextualizados, é realizado por um técnico que visa diminuir ao máximo os riscos e incertezas do processo.
Funcionalidade > todas as atividades e ações do aluno são previamente estabelecidas, até mesmo que tipo de operação mental devem executar para realizar determinada tarefa. A avaliação é qualificativa.
- Participativo/base científica > vizualiza-se um problema e busca-se soluções. Riscos e incertezas fazem parte do processo. A elaboração é feita por todos os envolvidos na comunidade escolar.

Cite três exemplos práticos de sala de aula em que o professor exerce sua participação na escola, considerando as dimensões: Interpessoal, pessoal e profissional.

Interpessoal: Educar para compreender melhor as demais pessoas, para saber  comunicar-se com a autenticidade, com exigência de entendimento mútuo e de diálogo, trata-se de aprender a viver juntos conhecendo melhor os demais seres humanos , como indivíduos e como grupos com sua história, tradições e crenças e a partir disso criar condições para a busca de projetos novos ou a solução inteligente e pacífica para os inevitáveis conflitos
Pessoal: A escola deve desenvolver nos alunos a capacidade de tomar decisões com base na reflexão e no diálogo, promovendo mais do que a formação de futuros cientistas, a educação de cidadãos e cidadãs em uma cultura científica básica, capacitando-os para interpretar os fenômenos naturais e para atuar de forma crítica e responsável em relação aos problemas sociais.
Profissional: dispor dos conhecimentos e habilidades que permitam às pessoas exercer uma tarefa profissional adequada às necessidades e capacidades

Cite 3 (três) exemplos práticos de sala de aula em que o professor exerce sua participação na escola, considerando as dimensões: Interpessoal, pessoal e profissional.
- Quando contribui para que o aluno estabeleça relacionamentos de respeito e compreensão ao outro. Exemplo: atividades em grupo (interpessoal);
- Quando o professor leva o aluno a conhecer-se a maturidade e a autonomia. Exemplo: estimulando a pesquisa (pessoal);
- Quando o professor cria condições para que o aluno descubra e desenvolva áreas em que tem maiores habilidades. Exemplo: proporcionar o contato com vários profissionais de diversas áreas de atuação (profissional).


Sofremos na escola contemporânea a influência das tendências pedagógicas liberais e progressistas das quais nos fala Libâneo (1985). Disserte sobre essa afirmativa.
Na pedagogia liberal a escola tem a função de preparar os alunos intelectual e moralmente para assumir sua posição na sociedade, seu compromisso é com a cultura, já que os problemas sociais pertencem à sociedade.
Na pedagogia progressista se preocupa com as questões sociopolíticas da educação, baseando-se em análises críticas das realidades da sociedade. Nela, a escola pode combater o sistema capitalista para construir o socialismo.

Hoje a escola realmente sofre influência direta desses dois tipos de pedagogia, já que as principais funções da escola hoje é a junção desses dois pensamentos que é preparar o aluno para que ele possa se inserir na sociedade da maneira mais natural possível e também se preocupa com as questões sociopolíticas da educação.

Explique as principais características da função social da escola segundo Sacristàn (1995).
A função social da escola tem como característica principal a formação de indivíduos capazes de compreender a realidade circundante e intervir nela, como cidadãos que são, no intuito de melhorar o contexto no qual a escola se insere. Promover a socialização dos alunos para a vida adulta e pública (cidadãos) e prepará-los para o mundo do trabalho (indivíduos produtivos), facilitando a reconstrução de conhecimentos, atitudes e formas de conduta, assim como garantir a reprodução social e cultural como requisitos para a sobrevivência em sociedade.


Prova N1 – OTP  recebida hoje 30/11

1. Segundo Freire(2003) a educação libertadora se contrapõe a bancária. Cite três características da bancária e da libertadora no que diz respeito ao ato de ensinar
A educação bancária, conhecida também como pedagogia dos dominantes, com seu método opressivo é caracterizada pelo predomínio do discurso e da prática, numa ação autoritária e antidiálogo, onde manda quem sabe. Uma educação com uma visão de alienação dos sujeitos assegurando assim, sua continuidade no poder. Aqui, o educador é o sujeito do processo e o educando recebe passivamente a doação do professor.

Essa educação caracteriza-se pela sua prática dominadora, pela técnica usada pelo educador para depositar conteúdos nos educandos, pela falta de comunicação entre professor e aluno e pelo seu método fragmentado, descontextualizado e em significado.

Já a educação libertadora há uma ação dialógica que se dá de forma coletivamente entre os sujeitos do processo (aluno/professor), uma educação problematizadora e reflexiva, sem o caráter de doação e imposição, comprometida com a transformação social.


2. Exemplifique por meio de uma situação problema as características da pedagogia diretiva e da pedagogia não-diretiva destacando suas contradições:
Na aula que se fundamenta em uma pedagogia diretiva, o professor fala e o aluno escuta, o professor propõe atividade e o aluno a executa, o professor ensina e o aluno pressupostamente aprende.
Esse modelo de aprendizagem baseia-se na ação e na percepção. O aprendizado pode ser visto como resultado de um processo de estímulo-resposta, de tentativa e erro. O reforço e a necessidade de repetição de uma tarefa também é muito importante nesse processo de aprendizagem.

No modelo de pedagogia não-diretiva o professor é um auxiliar do aluno, um facilitador. O aluno é visto como independente no seu processo de aprendizagem e detentor de um conhecimento e/ou de habilidades a priori que determina sua aprendizagem. O professor deve interferir o mínimo possível, pois não é o professor que ensina e sim o aluno que aprende. Esse modelo concebe o indivíduo como dotado de saber de nascença o que justifica a ocorrência de alunos talentosos e de alunos fracassados.

3. Defina multidisciplinaridade, pluridisciplinaridade, interdisciplinaridade e transdisciplinaridade:
multidisciplinaridade acontece quando um fenômeno é analisado por vários especialistas de diferentes disciplinas.  A sua origem encontra-se na idéia de que o conhecimento pode ser dividido em partes (disciplinas), constitui-se então a partir de uma determinada subdivisão de um domínio específico de conhecimento
IPluridisciplinaridadecomo a justaposição de disciplinas mais ou menos vizinhas nos domínios do conhecimento, formando-se áreas de estudo com conteúdos afins, com uma menor fragmentação, ou seja, é quando um único tema é trabalhado por áreas diferentes e especialistas da área do conhecimento que se está estudando. é pesquisar não apenas uma disciplina e sim varias ao mesmo tempo.
Interdisciplinaridade - significa a interdependência, interação e comunicação entre campos do saber, ou disciplinas, o que possibilita a integração do conhecimento em áreas significativas.
Transdisciplinaridade é a coordenação do conhecimento em um sistema lógico, que permite o livre trânsito de um campo de saber para outro, ultrapassando a concepção de disciplina e enfatizando o desenvolvimento de todas as noções e aspectos do comportamento humano.

4. Descreva 3 (três) situações em que se evidencie a importância da elaboração de um bom planejamento no ensino fundamental:
Ao escolher os temas das aulas que os alunos tenha grande aceitação, que prenda a atenção e a motivação deles. Que de uma pequena duvida pode se transformar em uma grande aula








Papel da Escola: Consiste na preparação intelectual e moral dos alunos, compromisso com a cultura, os menos capazes devem lutar para superar suas dificuldades e conquistar seu lugar junto aos mais capazes.


Conteúdos de Ensino: Valores sociais acumulados pelos antepassados. As matérias preparam o aluno para a vida. Conteúdos separados das realidades sociais.


Método: Exposição verbal da matéria, preparação do aluno, apresentação, associação, exercícios e repetições.

Professor x Aluno: Predomina a autoridade do professor. O professor transmite o conteúdo na forma absorvida. Disciplina rígida.

Pressupostos: Aprendizagem receptiva e mecânica, ocorre com a coação. Considera que a capacidade de assimilação da criança é a mesma do adulto. Reforço em geral negativo as vezes maior.

Prática Escolar: Comum em nossas escolas. Orientação humanicética, clássica, científica, modelos de imitação.

  



Papel da Escola: Ordenar as necessidades individuais do meio social. Experiências que devem satisfazer os interesses do aluno e as exigências sociais. Interação entre estruturas cognitivas do indivíduo e estruturas do ambiente.

Conteúdos: Conteúdos estabelecidos em função de experiência vivificada. Processos mentais e habilidades cognitivas. Aprender a aprender.

Métodos: Aprender fazendo. Trabalho em grupo. Método ativo: a) situação, experiência; b) desafiante, soluções provisórias; soluções à prova.

Professor x Aluno: Professor sem lugar privilegiado. Auxiliados. Disciplina como tomada de consciência. Indispensável bom relacionamento entre professor e aluno.

Pressupostos: Estimulação da situação problema. Aprender é uma atividade de descoberta. Retido o que é descoberto pelo aluno.

Prática Escolar: Aplicação reduzida. Choque com a prática - pedagogia.



Papel da Escola: Formação de atitudes. Preocupações com problemas psicológicos. Clima favorável à mudança do indivíduo. Boa educação, boa terapia (Rogers)


Conteúdos: Esta tendência põe nos processos de desenvolvimento das relações e da comunicação se torna secundária a transmissão de conteúdos.


Método: O esforço do professor é praticamente dobrado para facilitar a aprendizagem do aluno. Boa relação entre professor e aluno.


Professor x Aluno: A pedagogia não-diretiva propõe uma educação centrada. O professor é um especialista em relações humanas, toda a intervenção é ameaçadora.


Pressupostos: A motivação resulta do desejo de adequação pessoal da auto-realização, aprender, portanto, é modificar suas próprias percepções, daí se aprende o que estiver significamente relacionados.


Prática Escolar: As idéias do psicólogo C. Rogers é influenciar o número expressivo de educadores, professores, orientadores, psicólogos escolares.

  


Papel da Escola: Funciona como modeladora do comportamento humano, através de técnicas específicas, tal indivíduo que se integra na máquina social. A escola atual assim, no aperfeiçoamento da ordem social vigente.


Conteúdos: São as informações, princípios e leis, numa seqüência lógica e psicológica por especialistas. O material instrucional encontra-se sistematizado nos manuais, nos livros didáticos, etc...


Métodos: Consistem o método de transmissão, recepção de informações. A tecnologia educacional é a aplicação sistemática de princípios, utilizando um sistema mais abrangente.


Professor x Aluno: A comunicação professor x aluno tem um sentido exclusivamente técnico, eficácia da transmissão e conhecimento. Debates, discussões são desnecessárias.


Pressupostos: As teorias de aprendizagem que fundamentam a pedagogia tecnicista dizem que aprender é uma questão de modificação do desempenho. Trata-se de um ensino diretivo.


Prática Escolar: Remonta a 2a. metade dos anos 50 (Programa Brasileiro-Americano de Auxílio ao Ensino Elementar). É quando a orientação escolanovista cede lugar a tendência tecnicista pelo menos no nível oficial.



Papel da Escola: Atuação não formal. Consciência da realidade para transformação social. Questionar a realidade. Educação crítica.


Conteúdos: Geradores são extraídos da prática, da vida dos educandos. Caráter político.


Método: Predomina o diálogo entre professor e aluno. O professor é um animador que por princípio deve descer ao nível dos alunos.


Professor x Aluno: Relação horizontal. Ambos são sujeitos do ato do conhecimento. Sem relação de autoridade.


Pressupostos: Educação problematizadora. Educação se dá a partir da codificação da situação problema. Conhecimento da realidade. Processo de reflexão e crítica.


Prática Escolar: A pedagogia libertadora tem como inspirador Paulo Freire. Movimentos populares: sindicatos, formações teóricas indicam educação para adultos, muitos professores vêm tentando colocar em prática todos os graus de ensino formal.



Papel da Escola: Transformação na personalidade do aluno, modificações institucionais à partir dos níveis subalternos.


Conteúdos: Matérias são colocadas à disposição dos alunos, mas não são cobradas. Vai do interesse de cada um.


Método: É na vivência grupal, na forma de auto-gestão que os alunos buscarão encontrar as bases mais satisfatórias.


Professor x Aluno: Considera-se que desde o início a ineficácia e a nocividade de todos os métodos, embora sejam desiguais e diferentes.


Pressupostos: Aprendizagem informal, relevância ao que tem uso prático. Tendência anti-autoritária. Crescer dentro da vivência grupal.


Prática Escolar: Trabalhos não pedagógicos mas de crítica as instituições. Relevância do saber sistematizado.

  


Papel da Escola: É a tarefa primordial. Conteúdos abstratos, mas vivos, concretos. A escola é a parte integrante de todo social, a função é "uma atividade mediadora no seio da prática social e global". Consiste para o mundo adulto.


Conteúdos: São os conteúdos culturais universais que se constituíram em domínios de conhecimento relativamente autônomos, não basta que eles sejam apenas ensinados, é preciso que se liguem de forma indissociável.


A Postura da Pedagogia dos Conteúdos: assume o saber como tendo um conteúdo relativamente objetivo, mas ao mesmo tempo "introduz" a possibilidade de uma reavaliação crítica frente a este conteúdo.


Método: É preciso que os métodos favoreçam a correspondência dos conteúdos com os interesses dos alunos.


Professor x Aluno: Consiste no movimento das condições em que professor e alunos possam colaborar para fazer progredir essas trocas. O esforço de elaboração de uma pedagogia dos conteúdos está em propor ensinos voltados para a interação "conteúdos x realidades sociais".


Pressupostos: O aluno se reconhece nos conteúdos e modelos sociais apresentados pelo professor. O conhecimento novo se apoia numa estrutura cognitiva já existente.

 




N1 p/ Responder

1-Cite 3 (três) exemplos práticos de sala de aula em que o professor exerce sua participação na escola considerando as dimensões: Interpessoal, Pessoal e Profissional.


Existem premissas que diferenciam substancialmente o Planejamento normativo e o Planejamento participativo. Compare os dois tipos de planejamento considerando suas bases científica e sua funcionalidade.

O planejamento normativo parte do pressuposto de uma realidade estática onde é possível executar as ações e mudanças planejadas baseadas em desejos já formalizados e defenidos, desconsiderando e até anulando os fatores externos (sociais, políticos e culturais), que possa influenciar na intenção de mudança de situação existente para uma situação desejada. Os planos, programas e projetos expressam o desejável; se valoriza muito o papel dos técnicos; determinam-se antecipadamente as estratégias  a serem usadas, desconsiderando a opinião das pessoas envolvidas no processo.
Aqui, o sujeito que planifica está fora da realidade planificada e tem o monopólio do plano.
O planejamento participativo, em oposição ao normativo, propõe um novo modelo de planejamento educativo, colocando como foco principal a participação para a constituição desse novo modelo, sem a intervenção de especialista no assunto e com uma visão dinâmica, onde os objetivos podem ser modificados de acordo com novos problemas e novas descobertas ao longo da caminhada.
Aqui, o planejador é um membro do grupo com a função de organizar as discuções e decisões.


05 Conceitue o termo "Centro de Interesse" evidenciando o contexto no qual este tipo de procedimento surgiu. É um método elaborado por Decroly, que adota um programa de ensino desenvolvido em idéias associadas ou centros de interesse. Esse método se fundamenta na evolução natural da criança abrangendo suas necessidades (de alimentar-se, de lutar contra as intempéries, de defender-se, de ação, de alegria) e a criança em seu meio (família, escola, sociedade, animais, plantas, terra, água, ar, minerais, sol, lua, estrelas). No desenvolvimento do programa em torno de um tema central, pelas idéias associadas, abrange todas as disciplinas, permitindo a globalização do ensino. Por este método, o ensino não é dividido em matérias ou em aulas, mas apenas em fases que são: observação, associação e expressão. 



Estudos Complementares

D I D A T I C A

Tenho relido ultimamente vários livros que considero importante na formação e trabalho pedagógico e didático do professor . Vejo que viemos conversando muito isto em nossos encontros portanto resolvi anexar um resumo detalhado do livro DIDÁTICA do professor
JOSÉ CARLOS LIBÂNEO , mestre nesta matéria e coloquei aqui a disposição de todos
SÍNTESE DO LIVRO
DIDÁTICA
AUTOR: JOSÉ CARLOS LIBÂNEO
EDITORA: CORTEZ, 1994
Nº DE PAGINAS: 263

APRESENTAÇÃO

Na abertura, o autor determina os princípios que norteiam a narrativa durante a obra, da importância da didática e seu caráter aglutinador dos conteúdos e procedimentos, da sua característica de englobar conhecimentos da área da psicologia da educação, sociologia da educação, filosofia da educação, entre outras áreas a fim para explicar o ato e a forma do aprender. Logo no início, o autor mostra o que irá falar: Percepção e compressão reflexiva e crítica das situações didáticas; compreensão crítica do processo de ensino; a unidade objetivos-conteúdos-métodos como a espinha dorsal das tarefas docentes e o domínio de métodos e procedimentos para usar em situações de didáticas concretas.
Verifica-se a intenção do autor de construir um conteúdo e organizar uma discussão que tenha um caráter prático no processo educativo. Isto também se demonstra da divisão dos capítulos que contemplam as diversas áreas de abrangência da didática.


CAPÍTULO 01 - Prática educativa, Pedagogia e Didática

O autor começa o tema situando a didática no conjunto dos conhecimentos pedagógicos, demonstrando a fundamental importância do ato de ensinar na formação humana para vivermos em sociedade. Neste capítulo, o autor aborda a prática educativa em sociedade, a diferença entre a educação, instrução e ensino; a educação, o escolar, pedagogia e didática, e a didática e sua importância na formação dos professores.

Prática educativa e sociedade

Os professores são parte integrante do processo educativo, sendo importantes para a formação das gerações e para os padrões de sociedade que buscamos. Neste subtítulo, o autor situa a educação como fenômeno social universal determinando o caráter existencial e essencial da mesma. Estuda também os tipos de educação, a não intencional, refere-se a influências do contexto social e do meio ambiente sobre os indivíduos. Já a intencional refere-se àquelas que têm objetivos e intenções definidos. A educação pode ser também, formal ou não-formal, dependendo sempre dos objetivos. A educação não-formal é aquela realizada fora dos sistemas educacionais convencionais, e a educação formal é a que acontece nas escolas, agências de instrução e educação ou outras.
Libâneo também relata o papel social da educação e como seus conteúdos objetivos são determinados pelas sociedades, política e ideologia predominantes. Fala desta relação importante da educação com os processos formadores da sociedade "desde o início da historia da humanidade, os indivíduos e grupos travavam relações recíprocas diante da necessidade de trabalharem conjuntamente para garantir sua sobrevivência" (Libâneo, 1994, p.19).O autor considera estas influencias como fatores fundamentais das desigualdades entre os homens, sendo um traço fundamental desta sociedade. Coloca as ideologias como valores apresentados pela minoria dominante, politizando a prática educativa e demonstrando o seu envolvimento com o social.
Ele afirma que escola é o campo específico de atuação política do professor, politizando ainda mais o ambiente escolar.

Educação, instrução e ensino

Neste subtítulo, o autor define as três palavras chaves, suas diferenças e sentidos diversos. A educação que é apresentada com um conceito amplo, que podemos sintetizar como uma modalidade de influências e inter-relações que convergem para a formação da personalidade social e o caráter, sendo assim uma instituição social.
Já a instrução está relacionada à formação e ao desenvolvimento das capacidades cognoscitivas, mediante o domínio de certos conhecimentos. O ensino por sua vez é conceituado aqui como as ações, meios, condições para que aconteça a instrução.
Observa-se que a instrução esta subordinada à educação. Estas relações criam uma relação intrincada destes três conceitos que são responsáveis pelo educar. Destaca que podemos instruir sem educar ou vice-versa, pois a real educação depende de transformarmos estas informações em conhecimento, tendo nos objetivos educativos uma forma de alcançarmos esta educação. Coloca que a educação escolar pode ser chamada também de ensino.

Educação escolar, Pedagogia e Didática

A educação escolar é um sistema de instrução e ensino de objetivos intencionais, sistematizados e com alto grau de organização, dando a importância da mesma para uma democratização maior dos conhecimentos. O autor coloca que as práticas educativas é que verdadeiramente podem determinar as ações da escola e seu comprometimento social com a transformação. Afirma que a pedagogia investiga estas finalidades da educação na sociedade e a sua inserção na mesma, diz que a Didática é o principal ramo de estudo da pedagogia para poder estudar melhor os modos e condições de realizarmos o ensino e instrução. Ainda coloca a importância da sociologia da educação, psicologia da educação nestes processos de relação aluno-professor.
A Didática e a formação profissional do professor
Determina, o autor, que as duas dimensões da formação profissional do professor para o trabalho didático em sala de aula. A primeira destas dimensões é a teórico-científica formada de conhecimentos de filosofia, sociologia, história da educação e pedagogia.
A segunda é a técnico–prática, que representa o trabalho docente incluindo a didática, metodologias, pesquisa e outras facetas práticas do trabalho do professor. Neste subtítulo, Libâneo define a didática como a mediação entre as dimensões teórico-científica e a prática docente.
CAPÍTULO 02 - Didática e Democratização do Ensino
Neste capítulo, continua a discussão colocada no capítulo anterior, sobre a democratização do ensino e a importância de oferecer este de qualidade e a toda sociedade. Inicia com a colocação que a participação ativa na vida social é o objetivo da escola pública, o ensino é colocado como ações indispensáveis para ocorrer à instrução. Levanta e responde algumas perguntas envolvendo a escolarização, qualidade do ensino do povo e o fracasso escolar, fala também da Ética como compromisso profissional e social.
A Escolarização e as lutas democráticas
Realmente a escolarização é o processo principal para oferecer a um povo sua real possibilidade de ser livre e buscar nesta mesma medida participar das lutas democráticas, o autor endente democracia como um conjunto de conquistas de condições sociais, políticas e culturais, pela maioria da população para participar da condução de decisões políticas e sociais. Libâneo, (1994, 35) cita Guiomar Namo de Mello: "A escolarização básica constitui instrumento indispensável à construção da sociedade democrática", fala também dos índices de escolarização no Brasil, mostrando a evasão escolar e a repetência como graves problemas advindos da falta de uma política pública, de igualdade nas oportunidades em educação, deixando como resultado um enorme número de analfabetos na faixa de 5 a 14 anos. A transformação da escola depende da transformação da sociedade, afirma Libâneo, e continua dizendo que a escola é o meio insubstituível de contribuição para as lutas democráticas.
O Fracasso escolar precisa ser derrotado
Nessa parte, o autor fala mais detalhadamente deste grave problema do nosso sistema escolar, detalha gráficos que apontam para um quadro onde a escola não consegue reter o aluno no sistema escolar. Aponta muitos motivos para isto, mas considera, como principal, a falta de preparo da organização escolar, metodológica e didática de procedimentos adequados ao trabalho com as crianças pobres. Isto acontece devido aos planejamentos serem feitos prevendo uma criança imaginada e não a criança concreta, aquela que esta inserida em um contexto único. Somente o ingresso na escola pode oferecer um ponto de partida no processo de ensino aprendizagem.
Levanta, também, neste capítulo, outros fatores como dificuldades emocionais, falta de acompanhamento dos pais, imaturidade, entre outros. Cita aqui David Ausubel que afirma que o fator isolado mais importante que influencia a aprendizagem é aquilo que o aluno já conhece, complementa dizendo que o professor deve descobri-lo e basear-se nisto em seus ensinamentos.
As tarefas da escola pública democrática
Todos sabemos da importância do ensino de primeiro grau para formação do indivíduo, da formação de suas capacidades, habilidades e atitudes, além do seu preparo para as exigências sociais que este indivíduo necessita, dando a ele esta capacidade de poder estudar e aprender o resto da vida. O autor lista as tarefas principais das escolas públicas, entre elas, destacam-se:
  1. Proporciono escola gratuita pelos primeiros oito anos de escolarização;
  2. Assegurar a transmissão e assimilação dos conhecimentos e habilidades;
  3. Assegurar o desenvolvimento do pensamento crítico e independente;
  4. Oferecer um processo democrático de gestão escolar com a participação de todos os elementos envolvidos com a vida escolar.
    O compromisso social e ético dos professores
    O primeiro compromisso da atividade profissional de ser professor (o trabalho docente) é certamente de preparar os alunos para se tornarem cidadãos ativos e participantes na família, no trabalho e na vida cultural e política. O trabalho docente visa também a mediação entre a sociedade e os alunos. Libâneo afirma que, como toda a profissão, o magistério é um ato político porque se realiza no contexto das relações sociais.

    CAPÍTULO 03 - Didática: Teoria da Instrução e do Ensino
    Neste capítulo, o autor aborda, em especial, os vínculos da didática com os fundamentos educacionais, explicita seu objetivo de estudar e relacionar os principais temas da didática indispensáveis para o exercício profissional.
    A didática como atividade pedagógica escolar
    Sabedores que a pedagogia investiga a natureza das finalidades da educação como processo social, a didática coloca-se para assegurar o fazer pedagógico na escola, na sua dimensão político, social e técnica, afirmando daí o caráter essencialmente pedagógico desta disciplina. Define assim a didática como mediação escolar entre objetivos e conteúdos do ensino. Define, o autor, mais alguns termos fundamentais nesta estruturação escolar, a instrução como processo e o resultado da assimilação sólida de conhecimentos; o currículo como expressão dos conteúdos de instrução; e a metodologia como conjunto dos procedimentos de investigação quanto a fundamentos e validade das diferentes ciências, sendo as técnicas recursos ou meios de ensino seus complementos.
    Sintetizando, os temas fundamentais da didática são:
    1. Os objetivos sócio-pedagógicos;
    2. Os conteúdos escolares;
    3. Os princípios didáticos;
    4. Os métodos de ensino aprendizagem;
  5. As formas organizadas do ensino;
  6. Aplicação de técnicas e recursos;
  7. Controle e avaliação da aprendizagem.
Objetivo de estudo: o processo de ensino
Sem dúvida, o objetivo do estudo da didática é o processo de ensino. Podemos definir, conforme o autor, o processo de ensino como uma seqüência de atividades do professor e dos alunos tendo em vista a assimilação de conhecimentos e habilidades. Destaca a importância da natureza do trabalho docente como a mediação da relação cognoscitiva entre o aluno e as mateiras de ensino. Libâneo ainda coloca que ensinar e aprender são duas facetas do mesmo processo, que se realiza em torno das matérias de ensino sob a direção do professor.
Os componentes do processo didático
O ensino, por mais simples que pareça, envolve uma atividade complexa, sendo influenciado por condições internas e externas. Conhecer estas condições é fator fundamental para o trabalho docente. A situação didática em sala de aula esta sujeita também a determinantes econômico-sociais e sócio–culturais, afetando assim a ação didática diretamente.
Assim sendo, o processo didático está centrado na relação entre ensino e aprendizagem.
Podemos daí determinar os elementos constitutivos da Didática:
1. Conteúdos da matérias;
2. Ação de ensinar;
  1. Ação de aprender.
Desenvolvimento histórico da Didática e tendências pedagógicas
O autor afirma que a didática e sua história estão ligadas ao aparecimento do ensino.
Desde a Antigüidade clássica ou no período medieval já temos registro de formas de ação pedagógicas em escolas e mosteiros. Entretanto, a didática aparece em obra em meados do século XVII, com João Amos Comenio, ao escrever a primeira obra sobre a didática "A didática Magna", estabelecendo na obra alguns princípios com:
  1. A finalidade da educação é conduzir a felicidade eterna com Deus.
  2. O homem deve ser educado de acordo com o seu desenvolvimento natural, isto é de acordo com suas características de idade e capacidade.
  3. A assimilação dos conhecimentos não se da de forma imediata.
  4. O ensino deve seguir o curso da natureza infantil; por isto as coisas devem ser ensinadas uma de cada vez.
Já mais adiante, Jean Jacques Rousseau (1712-1778) propôs uma nova concepção de ensino, baseado nas necessidades e interesses imediatos da criança. Porém, este autor não colocou suas idéias em prática, cabendo mais adiante a outro pesquisador faze-lo, Henrique Pestalozzi (1746-1827), que trabalhava com a educação de crianças pobres. Estes três teóricos influenciaram muito Johann Friedrich Herbart (1776-1841), que tornou a verdadeira inspiração para pedagogia conservadora, determinando que o fim da educação é a moralidade atingida através da instrução de ensino. Estes autores e outros tantos formam as bases para o que chamamos modernamente de Pedagogia Tradicional e Pedagogia Renovada.
Tendências pedagógicas no Brasil e a Didática
Nos últimos anos, no Brasil, vêm sendo realizados muitos estudos sobre a história da didática no nosso país e suas lutas, classificando as tendências pedagógicas em duas grandes correntes: as de cunho liberal e as de cunho progressivista. Estas duas correntes têm grandes diferenças entre si. A tradicional vê a didática como uma disciplina normativa, com regras e procedimentos padrões, centrando a atividade de ensinar no professor e usando a palavra (transmissão oral) como principal recurso pedagógico. Já a didática de cunho progressivista é entendida como direção da aprendizagem, o aluno é o sujeito deste processo e o professor deve oferecer condições propícias para estimular o interesse dos alunos por esta razão os adeptos desta tendência dizem que o professor não ensina; antes, ajuda o aluno a prender.
Também temos aqui colocado pelo autor as tendências principais desta evolução e suas principais publicações na época. Vimos também que as tendências progressivas só tomaram força nos anos 80, com as denominadas "teorias críticas da educação". O autor lista também as várias divisões destas duas tendências e explica suas diferenças vitais.
A Didática e as tarefas do professor
O modo de fazer docente determina a linha e a qualidade do ensino, traça-se aqui, pelo autor, os principais objetivos da atuação docente:
  1. Assegurar ao aluno domínio duradouro e seguro dos conhecimentos.
  2. Criar condições para o desenvolvimento de capacidades e habilidades visando a autonomia na aprendizagem e independência de pensamento dos alunos.
  3. Orientar as tarefas do ensino para a formação da personalidade.
Estes três itens se integram entre si, pois a aprendizagem é um processo. Depois, o autor levanta os principais pontos do planejamento escolar:
  1. Compressão da relação entre educação escolar e objetivo sócio-políticos.
  2. Domínio do conteúdo e sua relação com a vida prática.
  3. Capacidade de dividir a matéria em módulos ou unidades.
  4. Conhecer as características sócio-culturais e individuais dos alunos.
  5. Domínio de métodos de ensino.
  6. Conhecimento dos programas oficias.
  7. Manter-se bem informado sobre livros e artigos ligados a sua disciplina e fatos relevantes.
Já a direção do ensino e aprendizagem requer outros procedimentos do professor:
  1. Conhecimento das funções didáticas
  2. Compatibilizar princípios gerais com conteúdos e métodos da disciplina
  3. Domínio dos métodos e de recursos tauxiares
  4. Habilidade de expressar idéias com clareza
  5. Tornar os conteúdos reais
  6. Saber formular perguntas e problemas
  7. Conhecimento das habilidades reais dos alunos
  8. Oferecer métodos que valorizem o trabalho intelectual independente
  9. Ter uma linha de conduta de relacionamento com os alunos
  10. Estimular o interesse pelo estudo
Para a avaliação os procedimentos são outros por parte do professor:
  1. Verificação continua dos objetivos alcançados e do rendimento nas atividades
  2. Dominar os meios de avaliação diagnóstica
  3. Conhecer os tipos de provas e de avaliação qualitativa
Estes requisitos são necessários para o professor poder exercer sua função docente frente aos alunos e institutos em que trabalha. Por isto, o professor, no ato profissional, deve exercitar o pensamento para descobrir constantemente as relações sociais reais que envolvem sua disciplina e a sua inserção nesta sociedade globalizada, desconfiando do normal e olhando sempre por traz das aparências, seja do livro didático ou mesmo de ações pré-estabelecidas.

CAPÍTULO 04 -O Processo de Ensino na Escola
O magistério se caracteriza nas atividades de ensino das matérias escolares criando uma relação recíproca entre a atividade do professor (ensino) e a atividade de estudo dos alunos (aprendizagem). Criar esta unidade entre o ensino-aprendizagem é o papel fundamental dos processos de ensino na escola, pois as relações entre alunos, professores e matérias são dinâmicas.
As características do processo de ensino
Inicia-se analisando as características do ensino tradicional e suas principais limitações pedagógicas: o professor só passa a matéria e o aluno recebe e reproduz mecanicamente o que absorve; é dada uma excessiva importância a matéria do livro sem dar a ele um caráter vivo; o ensino é somente transmitido com dificuldades para detectar o ritmo de cada aluno no aprender; o trabalho docente está restrito às paredes da sala de aula.
O autor propõe que entendamos o processo de ensino como visando alcançar resultados tendo com ponto de partida o nível de conhecimentos dos alunos e determinando algumas características como: o ensino é um processo, por isto obedece a uma direção, este processo visa alcançar determinados resultados como domínio de conhecimentos, hábitos, habilidades, atitudes, convicções e desenvolvimento das capacidades cognoscitivas, dando ao ensino este caráter bilateral, combinando as atividades do professor com as do aluno.
Processos didáticos básicos: ensino e aprendizagem
O livro mostra novamente a importância de garantir a unidade didática entre ensino e aprendizagem e propõe que analisemos cada parte deste processo separadamente.
A aprendizagem esta presente em qualquer atividade humana em que possamos aprender algo. A aprendizagem pode ocorrer de duas formas: casual, quando for espontânea ou organizada quando for aprender um conhecimento específico.
Com isto defini-se a aprendizagem escolar como um processo de assimilação de determinados conhecimentos e modos de ação física e mental. Isto significa que podemos aprender conhecimentos sistematizados, hábitos, atitudes e valores. Neste sentido, temos o processo de assimilação ativa que oferece uma percepção, compreensão, reflexão e aplicação que se desenvolve com os meios intelectuais, motivacionais e atitudes do próprio aluno, sob a direção e orientação do professor. Podemos ainda dizer que existem dois níveis de aprendizagem humana: o reflexo e o cognitivo. Isto determina uma interligação nos momentos da assimilação ativa, implicando nas atividades mental e práticas.
O livro coloca a aprendizagem escolar como uma atividade planejada, intencional e dirigida, não sendo em hipótese alguma casual ou espontânea. Com isto, pode pensar que o conhecimento se baseia em dados da realidade.
De início, é importante definir o ensino e o autor coloca-o como o meio fundamental do processo intelectual dos alunos, ou seja, o ensino é a combinação entre a condução do processo de ensino pelo professor e a assimilação ativa do aluno. O ensino tem três funções inseparáveis:
  1. Organizar os conteúdos para transmissão, oferecendo ao aluno relação subjetiva com os mesmos.
  2. Ajuda os alunos nas suas possibilidade de aprender.
  3. Dirigir e controlar atividade do professor para os objetivos da aprendizagem.
Mostra-se também a unidade necessária entre ensino e a aprendizagem, afinal o processo de ensino deve estabelecer apenas exigências e expectativas que os alunos possam cumprir para poder realmente envolve-los neste processo e mobilizar as suas energias.
Estrutura, componentes e dinâmica do processo de ensino
A estrutura e componentes explica o processo didático como a ação recíproca entre três componentes; os conteúdos, o ensino e a aprendizagem. Já o processo de ensino realizado no trabalho docente é um sistema articulado, formado pelos objetivos, conteúdos, métodos e condições, sendo, como sempre, o professor o responsável por esta condução. Neste quadro, o autor diz que o processo de ensino consiste ao mesmo tempo na condução do estudo e na auto-atividade do aluno, e levanta a contradição deste fato. Deixa clara a dificuldade de execução da tarefa docente e afirma que a Didática contribui justamente para tentar resolver esta contradição entre ensino e aprendizagem, em outras palavras, esta contradição acontece entre o saber sistematizado e o nível de conhecimento esperado. Existem algumas condições para que a contradição se transforme em forca motriz:
1. Dar ao aluno consciência das dificuldades que aparecem no confronto com um conhecimento novo que não conhecem.
2. O volume de atividades, conhecimento e exercícios devem considerar o preparo prévio do aluno.
3. Estas condições devem constar do planejamento.
A estruturação do trabalho docente
O autor reflete sobre este entendimento errôneo de que o trabalho docente na escola é o de "passar" a matéria de acordo, geralmente, com o livro didático. E mostra que a estrutura da aula deve ter um trabalho ativo e conjunto entre professor e aluno, ligado estreitamente com a metodologia específica das matérias, porém, não se identifica com leia. A cinco momentos da metodologia de ensino na sala de aula:
  1. Orientação inicial dos objetivos de ensino aprendizagem;
  2. Transmissão /assimilação da matéria nova;
  3. Consolidação e aprimoramento dos conhecimentos, habilidades e hábitos;
  4. Aplicação de conhecimentos, habilidades e hábitos;
  5. Verificação e avaliação dos conhecimentos e habilidades.
O caráter educativo do processo de ensino e o ensino crítico
Este caráter educativo do processo de ensino está intimamente ligado com o ensino crítico, dando a ele uma característica mais ampla, determinada social e pedagogicamente. Este ensino é critico por estar engajamento social, político e pedagogicamente, determinando uma postura frente às relações sociais vigentes e à prática social real.

CAPÍTULO 05 - O Processo de Ensino e o Estudo Ativo
Neste capítulo, entende-se melhor a relação entre o processo de ensino (falado no capítulo anterior) e o estudo ativo, este definido aqui como uma atividade cujo fim direto e específico é favorecer a aprendizagem ativa. Nesta medida, o capítulo discutirá também como o professor pode dirigir, estimular e orientar as condições internas e externas do ensino.
O estudo ativo e o ensino
É necessário ter presente que os conteúdos representam o elemento em torno do qual se realiza a atividade de estudo. O estudo ativo é por conseqüência uma postura do aluno e do professor frente ao conteúdo, pois as atividades deste estudo ativo se baseiam nas atividades do aluno de observação e compreensão de fatos ligados a matéria, da atenção na explicação do professor, favorecendo o desenvolvimento das capacidades cogniscitivas do aluno. Não existe ensino ativo sem o trabalho docente.

A atividade de estudo e o desenvolvimento intelectual
Neste subtítulo, o autor declara algo muito importante e já dito em outros momentos humanos "O objetivo da escola e do professor é formar pessoas inteligentes..."
Neste aspecto, o professor deve se satisfazer se o aluno compreende a matéria e tem possibilidade de pensar de forma independente e criativa sobre ela. Levanta dificuldades do trabalho docente para estimular aos alunos, principalmente porque o professor usa um estilo convencional de aula, igual para todas as matérias, com falta de entusiasmo e sem adequação com o mundo prático e real do aluno.
Porém, estas dificuldades podem ser superadas com um domínio maior do conteúdo por parte do professor, eleger mais do que um livro de referência, estar atualizado com as notícias, conhecer melhor as características dos seus alunos, dominar técnicas, didáticas e metodologias. Com isto, cada tarefa didática será uma tarefa de pensamento para o aluno.
Algumas formas de estudo ativo
O estudo ativo envolve inúmeros procedimentos para despertar no aluno hábitos, habilidades de caráter permanente. Para isto temos várias tarefas e exercícios específicos para este fim, listados aqui como pelo autor:
  1. Exercícios de reprodução - testes rápidos para verificar assimilação e domínio de habilidades.
  2. Tarefa de preparação para o estudo - Diálogo estabelecido entre o professor/aluno, aluno/aluno e observa e revisão de matérias anteriores.
  3. Tarefas de fases de assimilação de matérias - Atividades que favoreçam o confronto entre os conhecimentos sistematizados e a realidade dos alunos.
  4. Tarefas na fase de consolidação e aplicação – compõem-se de exercícios e revisão de fixação.
Fatores que influenciam no estudo ativo
Há vários fatores que influenciam no ato de estudar e aprender, entre estes fatores destacam-se alguns que influenciam de sobremaneira no estudo ativo.
1. O incentivo ao estudo - conjunto de estímulos que estimulam no aluno sua motivação para aprender.
2. As condições de aprendizagem – para oferecermos condições mínimas de aprendizagem, temos que conhecer muito bem as condições sócio-culturais dos alunos.
3. A influência do professor e do ambiente escolar - certamente o professor e o meio exercem uma influencia muito forte no aluno.
O autor reitera aqui também a necessidade de uma sólida assimilação de conhecimentos para ocorrer uma verdadeira aprendizagem.

CAPÍTULO 06 - Os Objetivos e Conteúdos de Ensino
Neste capítulo, o autor aborda a relação entre s componentes do processo de ensino, determina a unidade entre objetivos-conteúdos e destes com os métodos.
Os objetivos determinam de antemão os resultados esperados do processo entre o professor e aluno, determinam também a gama de habilidades e hábitos a serem adquiridos. Já os conteúdos formam a base da instrução. O método por sua vez é a forma com que estes objetivos e conteúdos serão ministrados na prática ao aluno.
A importância dos objetivos educacionais
A prática educacional baseia-se nos objetivos por meio de uma ação intencional e sistemática para oferecer aprendizagem. Desta forma os objetivos são fundamentais para determinação de propósitos definidos e explícitos quanto às qualidades humanas que precisam ser adquiridas. Os objetivos têm pelo menos três referências fundamentais para a sua formulação.
  1. Os valores e idéias ditos na legislação educacional.
  2. Os conteúdos básicos das ciências, produzidos na história da humanidade.
  3. As necessidades e expectativas da maioria da sociedade.
Ë importante destacar que estas três referências não devem ser tomadas separadamente, pois devem se apresentar juntos no ambiente escolar. Devemos ter claro que o trabalho docente é uma atividade que envolve opções sobre nosso conceito de sociedade, pois isto vai determinar a relação com os alunos. Isto prova que sempre conscientemente ou não, temos ou traçamos objetivos.
Objetivos gerais e objetivos específicos
Os objetivos são o marco inicial do processo pedagógico e social, segundo Libâneo. Os objetivos gerais explicam-se a partir de três níveis de abrangência. O primeiro nível é o sistema escolar que determina as finalidades educativas de acordo com a sociedade em que está inserido; o segundo é determinado pela escola que estabelece as diretrizes e princípios do trabalho escolar; o terceiro nível é o professor que concretiza tudo isto em ações práticas na sala de aula.
Alguns objetivos educacionais podem auxiliar os professores a determinar seus objetivos específicos e conteúdos de ensino. Entre estes objetivos educacionais destacam-se: a) colocar a educação no conjunto de lutas pela democratização da sociedade; b) oferecer a todos as crianças, sem nenhum tipo de discriminação cultural, racial ou política, uma preparação cultural e científica a partir do ensino das materiais; c) assegurar a estas crianças o desenvolvimento máximo de suas potencialidades; d) formar nos alunos a capacidade crítica e criativa em relação a matérias e sua aplicação; e) formar convicções para a vida futura; f) institucionalizar os processos de participação envolvendo todas as partes formadoras da realidade escolar.
Os conteúdos de Ensino
Desde o início do livro, o autor vem reiterando a idéia que as escolas têm, como tarefa fundamental, a democratização dos conhecimentos, garantindo uma base cultural para jovens e crianças. Sob este aspecto, muitos professores fazem a idéia que os conteúdos são o conhecimento corresponde a cada matéria, ou mesmo, que são a matéria do livro didático.O autor fala que esta visão não é complemente errada, pois há sempre três elementos no ensino: matéria, professor e o aluno. Neste aspecto, devemos estudar o ensino dos conteúdos como uma ação recíproca entre a matéria, o ensino e o estudo dos alunos. Por isto é muito importante que os conteúdos tenham em si momentos de vivências práticas para dar significado aos mesmos.
Definindo os conteúdos, eles são o conjunto de conhecimentos, habilidades, hábitos, modos valorativos e atitudes, organizados pedagógica e didaticamente, buscando a assimilação ativa e aplicação prática na vida dos alunos.
Agora uma questão importante, apresentada no livro, é a de quem deve escolher os conteúdos de ensino? Certamente, deve-se considerar que cabe ao professor, em última instancia, esta tarefa. Nesta tarefa o professor enfrenta pelo menos dois questionamentos fundamentais: Que conteúdos e que métodos?
Para responder a primeira pergunta, o autor diz que há três fontes para o professor selecionar os seus conteúdos do plano de ensino, a primeira é a programação oficial para cada disciplina; a segunda, conteúdos básicos das ciências transformados em matérias de estudo; a terceira, exigências teóricas práticas colocadas na vida dos alunos e sua inserção social.
Porém, a escolha do conteúdo vai além destas três exigências, para entendermos, tem-se que observá-las em outros sentidos. Um destes sentidos é a participação na prática social; outro sentido fundamental é a prática da vida cotidiano dos alunos, da família, do trabalho, do meio cultural, fornecendo fatos a serem conectados ao estudo das matérias. O terceiro destes sentidos refere-se à própria condição de rendimento escolar dos alunos.
Nesta visão, há uma dimensão crítico-social dos conteúdos, e esta se manifesta no tratamento científico dado ao conteúdo, no seu caráter histórico, na intenção de vínculo dos conteúdos com a realidade da vida dos alunos. Em síntese, esta dimensão crítica-social dos conteúdos nada mais é do que uma metodologia de estudo e interpretação dos objetivos do ensino.
Na atual sociedade, apesar do que foi visto anteriormente, tem-se conteúdos diferentes para diversas esferas e classes sociais, estas diferenças ratificam os privilégios existentes na divisão de classes já estabelecida pelo sistema capitalista. Neste sentido, os livros didáticos oferecidos no ensino das disciplinas, além de sistematizar e difundir conhecimentos, servem também para encobrir estas diferenças, ou mesmo, escamotear fatos da realidade para evitar contradições com sua orientação sócio-cultural–política. Com isto, o professor deve sempre analisar os textos e livros que vai usar com os alunos, no sentido de oferecer um ensino igualitário que possa olhar criticamente estas máscaras da sociedade.
Conhecer o conteúdo da matéria e ter uma sensibilidade crítica pode facilitar esta tarefa por parte do professor.
Critérios de seleção
Aqui, o autor propõe uma forma mais didática de resolver esta difícil tarefa de selecionar os conteúdos a serem ministrados em sala de aula. Abaixo, coloca-se esta forma ordenada de elaborar os conteúdos de ensino:
  1. Correspondência entre os objetivos gerais e os conteúdos.
  2. Caráter científico.
  3. Caráter sistemático.
  4. Relevância social.
  5. Acessibilidade e solidez.

CAPÍTULO 07 - Os Métodos de Ensino
Como já se viu anteriormente, os métodos são determinados pela relação objetivo-conteúdo, sendo os meios para alcançar objetivos gerais e específicos de ensino. Tem-se, assim, que as características dos métodos de ensino: estão orientados para os objetivos, implicam numa sucessão planejada de ações, requerem a utilização de meios.
Conceito de métodos de ensino
Um conceito simples de método é ser o caminho para atingir um objetivo. São métodos adequados para realizar os objetivos. É importante entender que cada ramo do conhecimento desenvolve seus próprios métodos, observa-se então métodos matemáticos, sociológicos, pedagógicos, entre outros. Já ao professor em sala de aula cabe estimular e dirigir o processo de ensino utilizando um conjunto de ações, passos e procedimentos que chamamos também de método. Agora não se pode pensar em método como apenas um conjunto de procedimentos, este é apenas um detalhe do método. Portanto, o método corresponde à seqüência de atividades do professor e do aluno.
A relação objetivo-conteúdo-método
Um entendimento global sobre esta relação é que os métodos não têm vida sem os objetivos e conteúdos, dessa forma a assimilação dos conteúdos depende dos métodos de ensino e aprendizagem. Com isto, a maior característica deste processo é a interdependência, onde o conteúdo determina o método por ser a base informativa dos objetivos, porém, o método também pode ser conteúdo quando for objeto da assimilação.
O que realmente importa é que esta relação de unidade entre objetivo-conteúdo–método constitua a base do processo didático.
Os princípios básicos do ensino
Estes princípios são os aspectos gerais do processo de ensino que fundamentam teoricamente a orientação do trabalho docente. Estes princípios também e fundamentalmente indicam e orientam a atividade do professor rumo aos objetivos gerais e específicos. Estes princípios básicos de ensino são:
  1. Ter caráter científico e sistemático - O professor deve buscar a explicação científica do conteúdo; orientar o estudo independente, utilizando métodos científicos; certificar-se da consolidação da matéria anterior antes de introduzir as matérias novas; organizar a seqüência entre conceitos e habilidades; ter unidade entre objetivos-conteúdos-métodos; organizar a aula integrando seu conteúdo com as demais matérias; favorecer a formação, atitudes e convicções.
  2. Ser compreensível e possível de ser assimilado - Na prática, para se entender estes conceitos, deve-se: dosar o grau de dificuldade no processo de ensino; fazer um diagnóstico periódico; analisar a correspondência entre o nível de conhecimento e a capacidade dos alunos; proporcionar o aprimoramento e a atualização constante do professor.
  3. Assegurar a relação conhecimento-prática – Para oferecermos isto aos alunos deve-se: estabelecer vínculos entre os conteúdos e experiências e problemas da vida prática; pedir para os alunos sempre fundamentarem aquilo que realizam na prática; mostrar a relação dos conhecimentos com o de outras gerações.
  4. Assentar-se na unidade ensino-aprendizagem - ou seja, na prática: esclarecer os alunos sobre os objetivos das aulas, a importância dos conhecimentos para a seqüência do estudo; provocar a explicitação da contradição entre idéias e experiências; oferecer condições didáticas para o aluno aprender independentemente; estimular o aluno a defender seus pontos de vista e conviver com o diferente; propor tarefas que exercitem o pensamento e soluções criativas; criar situações didáticas que ofereçam aplicar conteúdos em situações novas; aplicar os métodos de soluções de problemas.
  5. Garantir a solidez dos conhecimentos
  6. Levantar vínculos para o trabalho coletivo-particularidades individuais, deve-se adotar as seguintes medidas para isto acontecer: explicar com clareza os objetivos; desenvolver um ritmo de trabalho que seja possível da turma acompanhar; prevenir a influência de particularidades desfavoráveis ao trabalho do professor; respeitar e saber diferenciar cada aluno e seus ritmos específicos.
Classificação dos métodos de ensino
Sabe-se que existem vários tipos de classificação de métodos, seguindo determinados autores, no nosso estudo, o autor define os métodos de ensino como estando intimamente ligados com os métodos de aprendizagem, sob este ponto de vista o eixo do processo é a relação cognoscitiva entre o aluno e professor. Pode-se diferenciar estes métodos segundo suas direções, podendo ser externo e interno. A partir disto, o autor lista todos os métodos mais conhecidos de atividade em sala de aula por parte do professor.
  1. Método de exposição pelo professor - Este método é o mais usado na escola, onde o aluno assume uma posição passiva perante a matéria explanada. Ele pode ser de vários tipos de exposição: verbal, demonstração, ilustração, exemplificação.
  2. Método de trabalho independente – consiste em tarefas dirigidas e orientadas pelo professor para os alunos resolverem de maneira independente e criativa. Este método tem, na atitude mental do aluno, seu ponto forte.Tem também a possibilidade de apresentar fases com a tarefa preparatória, tarefa de assimilação de conteúdos, tarefa de elaborarão pessoal. Uma das formas mais conhecidas de trabalho independente é o estudo dirigido individual ou em duplas.
  3. Método de elaboração conjunta – é um método de interação entre o professor e o aluno visando obter novos conhecimentos.
  4. Método de trabalho de grupo - consiste em distribuir tarefas iguais ou não a grupos de estudantes, o autor cita de três a cinco pessoas. Têm-se também formas específicas de trabalhos de grupos comuns: debate, Philips 66, tempestade mental, grupo de verbalização, grupo de observação (GV-GO), seminário.
  5. Atividades especiais – são aquelas que complementam os métodos de ensino.
Meios de ensino
São todos os meios e recursos materiais utilizados pelo professor ou alunos para organizar e conduzir o ensino e a aprendizagem. Os equipamentos usados em sala de aula (do quadro-negro até o computador) são meios de ensino gerais possíveis de serem usados em todas as matérias. É importante que os professores saibam e dominem estes equipamentos para poderem usá-los em sala de aula com eficácia.

CAPÍTULO 08 - A Aula como Forma de Organização do Ensino
A aula é a forma predominante de organização do processo de ensino. Neste capítulo, o professor Libâneo explica o conjunto de meios e condições necessárias para realizarmos um conjunto de aulas, estruturando sua relação entre tipos de aulas e métodos de ensino.
Características gerais da aula
Abaixo, o autor determina algumas exigências a serem seguidas nas aulas:
  1. Ampliação do nível cultural e científico dos alunos.
  2. Seleção e organização das atividades para prover um ensino criativo e independente.
  3. Empenho na formação dos métodos e hábitos de estudo.
  4. Formação de hábitos, atitudes e convicções ligadas à vida prática dos alunos.
  5. Valorização da sala de aula como meio educativo.
  6. Formação do espírito de coletividade, solidariedade e ajuda mútua sem esquecer o individual.
Estruturação didática da aula
A estruturação da aula deve ser indicada por etapas, planejadas e organizadas para favorecer o ensino e aprendizagem. Portanto, é importante no planejamento da aula que este processo seja criativo e flexível por parte do professor. Estes passos ou etapas didáticas da aula são os seguintes:
  1. Preparação e introdução da matéria - visa criar as condições de estudo, motivacionais e de atenção.
  2. Tratamento didático da matéria nova - se os passos do ensino não são mais que funções didáticas, este tratamento já esta sendo feito. Tem-se que entender que a assimilação da matéria nova é um processo de interligação entre percepção ativa, compreensão e reflexão, sendo o processo de transmissão-assimilação a base metodológica para o tratamento didático da matéria nova.
  3. Consolidação e aprimoramento dos conhecimentos e habilidades - este é um importante momento de ensino e muitas vezes menosprezado ou diminuído na escola. A consolidação pode acontecer em qualquer etapa do processo didático, podendo ser reprodutiva, de generalização e criativa.
  4. A aplicação – esta fase é a culminância do processo de ensino. Seu objetivo é estabelecer vínculos entre os conhecimentos e a vida.
  5. Controle e avaliação dos resultados escolares – esta função percorre todas as etapas de ensino, cumprindo três funções: a pedagógica, diagnóstica e de controle. A integração destas funções dá à avaliação um caráter mais geral e não isolado.
Tipos de aulas e métodos de ensino
Neste estudo, o autor coloca que, na concepção de ensino, as tarefas docentes visam a organização e assimilação ativa. Isto significa que as aulas podem ser preparadas em correspondência com os passos do processo de ensino. Neste sentido, pode-se ter aulas de preparação e introdução, início de uma unidade, aula de tratamento sistematizado da matéria nova, consolidação, verificação da aprendizagem. Conforme o tipo de aula escolhe-se o método de ensino.
A tarefa de casa
Esta tarefa é um importante complemento das atividades didáticas de sala de aula. O autor considera que esta tarefa cumpre também uma função social integrando a família às atividades escolares, integrando os pais aos professores. Estas tarefas não devem ser apenas exercícios, devem ser também preparatórias ou de aprofundamento da matéria.

CAPÍTULO 09 - A Avaliação Escolar
A avaliação escolar é abordada em minúcias neste capitulo pelo autor. A avaliação é em última análise uma reflexão do nível qualitativo do trabalho escolar do professor e do aluno. Sabe-se também que ela é complexa e não envolve apenas testes e provas para determinar uma nota.
Uma definição de avaliação escolar
Segundo o professor Cipriano C. Luckesi, a avaliação é uma análise quantitativa dos dados relevantes do processo de ensino aprendizagem que auxilia o professor na tomada de decisões. Os dados relevantes aqui se referem às ações didáticas. Com isto, nos diversos momentos de ensino a avaliação tem como tarefa: a verificação, a qualificação e a apreciação qualitativa. Ela também cumpre pelo menos três funções no processo de ensino: a função pedagógica didática, a função de diagnóstico e a função de controle.
Avaliação na prática escolar
Lamentavelmente a avaliação na escola vem sido resumida a dar e tirar ponto, sendo apenas uma função de controle, dando a ela um caráter quantitativo. Certamente, com isto, os professores não conseguem efetivamente usar os procedimentos de avaliar. Com estas ações, quando a avaliação se resume a provas, professores com critérios onde décimos às vezes reprovam alunos, há a exclusão do professor do seu papel docente, que é de fornecer os meios pedagógico-didáticos para os alunos aprenderem sem intimidação.
Características da avaliação escolar
Agora, o autor sintetiza as principais características da avaliação escolar.
  1. Reflete a unidade objetivos-conteúdos-métodos.
  2. Possibilita a revisão do plano de ensino.
  3. Ajuda a desenvolver capacidades e habilidades.
  4. Volta-se para a atividade dos alunos.
  5. Ser objetiva.
  6. Ajuda na autopercepcao do professor.
  7. Reflete valores e expectativas do professor em relação aos alunos.
Esta frase marca este subtítulo "A avaliação é um ato pedagógico". (Libâneo, 1994, p.203).
Instrumentos de verificação do rendimento escolar
Uma das funções da avaliação é com certeza a de determinar em que nível de qualidade está sendo atendido os objetivos; para este fim, são necessários instrumentos e procedimentos. Alguns destes procedimentos ou instrumentos já são conhecidos, mas, neste subtítulo, o autor revisa e cita muitos deles ou os mais usados para verificar o rendimento escolar:
  1. Prova escrita dissertativa.
  2. Prova escrita de questões objetivas.
  3. Questões certo-errado (C ou E).
  4. Questões de lacunas (para completar).
  5. Questões de correspondência.
  6. Questões de múltipla escolha.
  7. Questões do tipo "teste de respostas curtas" ou de evocação simples.
  8. Questões de interpretação de texto.
  9. Questões de ordenação.
  10. Questões de identificação.
  11. Procedimentos auxiliares de avaliação
    11.1 A Observação;
    1. A Entrevista;
    2. Ficha sintética de dados dos alunos.
Atribuição de notas ou conceitos
As notas demonstram de forma abreviada os resultados do processo de avaliação. Esta avaliação tem também uma função de controle, expressando o resultado em notas e conceitos. O autor fala também da importância de se valorizar todas as formas de avaliação, ou instrumentos, e não apenas a prova no fim do bimestre como grande nota absoluta, que não valoriza o processo. Propõe uma escala de pontos ensinando como utilizar médias aritméticas para pesos diferentes, por fim, mostra como se deve aproximar notas decimais.
CAPÍTULO 10 - O Planejamento Escolar
O autor começa este capítulo dizendo que o planejamento, ensino e a avaliação são atividades que devem supor conhecimento do processo de ensino e aprendizagem.
O planejamento escolar propõe uma tarefa ao professor de previsão e revisão do processo de ensino completamente. Há três modalidades de planejamento: o plano da escola, o plano de ensino e o plano de aulas.
Importância do planejamento escolar

O planejamento do trabalho docente é um processo de racionalização, organização e coordenação da ação do professor, tendo as seguintes funções: explicar princípios, diretrizes e procedimentos do trabalho; expressar os vínculos entre o posicionamento filosófico, político, pedagógico e profissional das ações do professor; assegurar a racionalização, organização e coordenação do trabalho; prever objetivos, conteúdos e métodos; assegurar a unidade e a coerência do trabalho docente; atualizar constantemente o conteúdo do plano; facilitar a preparação das aulas.
Tem-se que entender o plano como um guia de orientação devendo este possuir uma ordem seqüencial, objetividade e coerência entre os objetivos gerais e específicos, sendo também flexível.
Requisitos para o planejamento
Os principais requisitos para o planejamento são os objetivos e tarefas da escola democrática; as exigências dos planos e programas oficiais; as condições prévias dos alunos para a aprendizagem; e as condições do processo de transmissão e assimilação ativa dos conteúdos.
O plano da escola
O plano de escola é um plano pedagógico e administrativo que serve como guia de orientação para o planejamento e trabalho docente. O autor descreve os passos para a realização de um plano da escola, as principais premissas e perguntas que devemos formular para sua elaboração são: posicionamento da educação escolar na sociedade; bases teórico-metodológicas da organização didática e administrativa; características econômicas, social, política e cultural do contexto em que a escola está inserida; características sócio-culturais dos alunos; diretrizes gerais sobre sistema de matérias, critério de seleção de objetivos e conteúdos; diretrizes metodológicas, sistemáticas de avaliação; diretrizes de organização e administração.
O plano de ensino
O autor afirma o plano de ensino como o roteiro detalhado das unidades didáticas. Podemos chamar também de plano de curso ou plano e unidades didáticas.
Este plano de ensino é formado das seguintes componentes:
  1. Justificativa das disciplinas;
  2. Delimitação dos conteúdos;
  3. Os objetivos gerais;
  4. Os objetivos específicos;
  5. Desenvolvimento metodológico;
  6. Conteúdos;
  7. Tempo provável;
  8. Desenvolvimento metodológico.
O plano de aula
O plano de aula é certamente um detalhamento do plano de ensino, é uma especificação do mesmo. O detalhamento da aula é fundamental para obtermos uma qualidade no ensino, sendo assim o plano de aula torna-se indispensável. Em primeiro lugar, deve-se considerar que a aula é um período de tempo variável, sendo assim, as unidades devem ser distribuídas sabendo-se que às vezes é preciso bem mais do que uma aula para finalizar uma unidade ou fase de ensino. Nesta preparação, o professor deve reler os objetivos gerais das matérias e a seqüência dos conteúdos; desdobrar as unidades a serem desenvolvidas; redigir objetivos específicos por cada tópico; desenvolver a metodologia por assunto; avaliar sempre a própria aula.
CAPÍTULO 11 - Relações Professor-Aluno na Sala de Aula
Um fator fundamental do trabalho docente trata da relação entre o aluno e o professor, da forma de se comunicar, se relacionar afetivamente, as dinâmicas e observações são fundamentais para a organização e motivação do trabalho docente. O autor chama isto de "situação didática" para alcançarmos com sucesso os objetivos do processo de ensino.
Aspectos cognoscitivos da interação
O autor define como cognoscitivo o processo ou movimentos que transcorre no ato de ensinar e no ato de aprender. Sob este ponto de vista, o trabalho do professor é um constante vai e vem entre as tarefas cognoscitivas e o nível dos alunos. Para se ter um bom resultado de interação nos aspectos cognoscitivo deve-se: manejar os recursos de linguagem; conhecer o nível dos alunos; ter um bom plano de aula; objetivos claros; e claro, é indispensável o uso correto da língua Portuguesa.
Aspectos sócio-emocionais
Estes aspectos são os vínculos afetivos entre o professor e os alunos. É preciso aprender a combinar a severidade e o respeito. Deve-se entender que neste processo pedagógico a autoridade e a autonomia devem conviver juntas, a autoridade do professor e a autonomia do aluno, não de forma contraditória comum pode parecer mais de forma complementar.

A disciplina na classe
Uma das grandes dificuldades em sala de aula é a chamado "controle da disciplina".
Não existe uma fórmula mágica para esta tarefa, mas o autor coloca que a disciplina na classe está tão diretamente ligada à prática docente, quanto à autoridade profissional, moral e técnica do professor. Este conjunto de características é que vai determinar a disciplina na classe.





Processo Ensino-Aprendizagem: do Conceito à Análise do Atual Processo
Sabrina Luiza Ribeiro
Para se analisar os vários conceitos que envolvem o processo ensino-aprendizagem é necessário ter-se em mente as diferentes épocas nas quais estes se desenvolveram, como também compreender sua mudança no decorrer da história de produção do saber do homem.
       O conceito de aprendizagem emergiu das investigações empiristas em Psicologia, ou seja, de investigações levadas a termo com base no pressuposto de que todo conhecimento provém da experiência(1). Ora, se o conhecimento provém de outrem, externo ao indivíduo, isto significa afirmar o primado absoluto do objeto e considerar o sujeito como uma tábula rasa, como um ser vazio, sem saberes e com a função única de depositário de conhecimento.
       Este conceito inicial é baseado no positivismo que influenciou diferentes conhecimentos, entre eles o behaviorismo. Neste, a aprendizagem se dá pela mudança de comportamento resultante do treino ou da experiência(1). E se sustenta sobre os trabalhos dos condicionamentos respondente e, posteriormente, operante.
       Para refutar estes conceitos que determinam o ser humano como passivo e não produtor, surge a Gestalt, racionalista. Neste momento histórico não se fala em aprendizagem mas em percepção, posto que tal corrente não acredita no conhecimento adquirido, mas defende o conhecimento como resultado de estruturas pré-formadas, do biológico do indivíduo.
       Por fim, há de se chegar à psicologia genética tendo como representantes nomes como Piaget, Vygotsk e Wallon e que segundo Giusta (1), levam a uma concepção de aprendizagem a partir do confronto e colaboração do conhecimento destes três: empirismo, behaviorismo e gestáltico.
       Atualmente, não só na área da educação mas também em outras áreas, como a da saúde, pensa-se no indivíduo como um todo – paradigma holístico. Parte-se de uma visão sistêmica e portanto, amplia-se o conceito de educação, o conceito do processo de ensino-aprendizagem.
       O processo de ensino-aprendizagem tem sido historicamente caracterizado de formas diferentes que vão desde a ênfase no papel do professor como transmissor de conhecimento, até as concepções atuais que concebem o processo de ensino-aprendizagem com um todo integrado que destaca o papel do educando (2).
       As reflexões sobre o estado atual do processo ensino-aprendizagem nos permite identificar um movimento de idéias de diferentes correntes teóricas sobre a profundidade do binômio ensino e aprendizagem. Entre os fatores que estão provocando esse movimento podemos apontar as contribuições da Psicologia atual em relação à aprendizagem, que leva todos a repensar a prática educativa, buscando uma conceptualização do processo ensino-aprendizagem(2).
       Apesar de tantas reflexões, a situação atual da prática educativa das escolas ainda demonstra a massificação dos alunos com pouca ou nenhuma capacidade de resolução de problemas e poder crítico-reflexivo, a padronização dos mesmos em decorar os conteúdos, além da dicotomia ensino-aprendizagem e do estabelecimento de uma hierarquia entre educador e educando.
       A solução para tais problemas está no aprofundamento de como os educandos aprendem e como o processo de ensinar pode conduzir à aprendizagem (2).
       Acrescenta-se ainda que a solução está em partir da teoria e colocar em prática os conhecimentos adquiridos ao longo do tempo de forma crítica-reflexiva-laborativa: crítica e reflexiva para pensar os conceitos atuais e passados e identificar o que há de melhor; laborativa não só para mudar como também para criar novos conhecimentos.
       “Para que se repensem as ciências humanas e a possibilidade de um conhecimento científico humanizado há que se romper com a relação hierárquica entre teoria, prática e metodologia. Teoria e prática não se cristalizam, mas se redimensionam, criam e são também objetos de investigação. Nesse sentido, pesquisa é a atividade básica da ciência na sua indagação e construção da realidade. É a pesquisa que alimenta a atividade de ensino/aprendizagem e a atualiza”. (DIAS, 2001)
       Paulo Freire apud DIAS (3) diz que daí que seja tão fundamental conhecer o conhecimento existente quanto saber que estamos abertos e aptos à produção do conhecimento ainda não existente. Ensinar, aprender e pesquisar lidam com esses dois momentos do ciclo gnosiológico: o que se ensina e se aprende o conhecimento já existente e o em que se trabalha a produção do conhecimento ainda não existente. A dodiscência – docência-discência – e a pesquisa, indicotomizáveis, são assim práticas requeridas por estes momentos do ciclo gnosiológico.
       Pensar nesse processo ensino-aprendizagem de forma dialética associando-se à pesquisa, promove a formação de novos conhecimentos e traz a idéia de seres humanos como indivíduos inacabados e passíveis de uma curiosidade crescente – aqui considerada como uma curiosidade epistemológica, uma capacidade de refletir criticamente o aprendido – capaz de levar a um continum no processo ensinar-aprender.
       No processo pedagógico alunos e professores são sujeitos e devem atuar de forma consciente. Não se trata apenas de sujeitos do processo de conhecimento e aprendizagem, mas de seres humanos imersos numa cultura e com histórias particulares de vida. O aluno que o professor tem à sua frente traz seus componentes biológico, social, cultural, afetivo, lingüístico entre outros. Os conteúdos de ensino e as atividades propostas enredam-se nessa trama de constituição complexa do indivíduo (4).
       O processo de ensino-aprendizagem envolve um conteúdo que é ao mesmo tempo produção e produto. Parte de um conhecimento que é formal (curricular) e outro que é latente, oculto e provém dos indivíduos (5).
       Todo ato educativo depende, em grande parte, das características, interesses e possibilidades dos sujeitos participantes, alunos, professores, comunidades escolares e demais fatores do processo (2). Assim, a educação se dá na coletividade, mas não perde de vista o indivíduo que é singular (contextual, histórico, particular, complexo). Portanto, é preciso compreender que o processo ensino-aprendizagem se dá na relação entre indivíduos que possuem sua história de vida e estão inseridos em contextos de vida próprios.
       Pela diversidade individual e pela potencialidade que esta pode oferecer à produção de conhecimento, conseqüentemente ao processo de ensino e aprendizagem, pode-se entender que há necessidade de estabelecer vínculos significativos entre as experiências de vida dos alunos, os conteúdos oferecidos pela escola e as exigências da sociedade, estabelecendo também relações necessárias para compreensão da realidade social em que vive e para mobilização em direção a novas aprendizagens com sentido concreto(2).
       Pensar cada indivíduo como um contribuinte no processo de ensinar-aprender é participar da colocação de Giusta (1) sugerindo que se deve superar a dicotomia transmissão x produção do saber levando a uma concepção de aprendizagem que permite resgatar: a) a unidade do conhecimento, através de uma visão da relação sujeito/objeto, em que se afirma, ao mesmo tempo, a objetividade do mundo e a subjetividade; b) a realidade concreta da vida dos indivíduos, como fundamento para toda e qualquer investigação(1).
       Lembrando que o processo ensino-aprendizagem ocorre a todo momento e em qualquer lugar questiona-se então neste processo, qual o papel da escola? Como deve esta deve ser considerada? E qual o papel do professor?
       É função da escola realizar a mediação entre o conhecimento prévio dos alunos e o sistematizado, propiciando formas de acesso ao conhecimento científico. Nesse sentido os alunos caminham, ao mesmo tempo, na apropriação do conhecimento sistematizado, na capacidade de buscar e organizar informações, no desenvolvimento de seu pensamento e na formação de conceitos. O processo de ensino deve, pois, possibilitar a apropriação dos conteúdos e da própria atividade de conhecer (4).
       A escola é um palco de ações e reações, onde ocorre o saber-fazer. É constituída por características políticas, sociais, culturais e críticas (5). Ela é um sistema vivo, aberto (6). E como tal, deve ser considerada como em contínuo processo de desenvolvimento influenciando e sendo influenciada pelo ambiente, onde existe um feedback dinâmico e contínuo.
       É neste ambiente de produções e produto que se insere o professor, o educador, não como um indivíduo superior, em hierarquia com o educando, como detentor do saber-fazer, mas como um igual, onde o relacionamento ente ambos concretiza o processo de ensinar-aprender.
       O papel do professor é o de dirigir e orientar a atividade mental dos alunos, de modo que cada um deles seja um sujeito consciente, ativo e autônomo. É seu dever conhecer como funciona o processo ensino-aprendizagem para descobrir o seu papel no todo e isoladamente. Pois, além de professor, ele será sempre ser humano, com direitos e obrigações diversas (7).
       Pensar no educador como um ser humano é levar à sua formação o desafio de resgatar as dimensões cultural, política, social e pedagógica, isto é, resgatar os elementos cruciais para que se possa redimensionar suas ações no/para o mundo.
       Ainda no processo da história da produção do saber, permanece na atualidade o desafio de tornar as práticas educativas mais condizentes com a realidade, mais humanas e, com teorias capazes de abranger o indivíduo como um todo, promovendo o conhecimento e a educação.




Quadro síntese das tendências pedagógicas

Nome da Tendência Pedagógica
Papel da Escola
Conteúdos
Métodos
Professor
x
aluno
Aprendizagem
Manifestações
Pedagogia
Liberal
Tradicional.
Preparação intelectual e moral dos alunos para assumir seu papel na sociedade.
São conhecimento e valores sociais acumulados através dos tempos e repassados aos alunos como verdades absolutas.
Exposição e demonstração verbel da matéria e / ou por meios de modelos.
Autoridade do professor que exige atitude receptiva do aluno.
A aprendizagem é receptiva e mecânica, sem se considerar as características próprias de cada idade.
Nas escolas que adotam filosofias humanistas clássicas ou científicas.
Tendência
Liberal Renovadora Progressiva.
A escola deve adequar as necessidades individuais ao meio social.
Os conteúdos são estabelecidos a partir das experiências vividas pelos alunos frente às situações problemas.
Por meio de experiências, pesquisas e método de solução de problemas.
O professor é auxiliador no desenvolvimento livre da criança.
É baseada na motivação e na estimulação de problemas.
Montessori Decroly
Dewey
Piaget
Lauro de oliveira Lima
 Tendência
Liberal Renovadora não-diretiva (Escola Nova)
Formação de atitudes.
Baseia-se na busca dos conhecimentos pelos próprios alunos.
Método baseado na facilitação da aprendizagem.
Educação centralizada no aluno e o professor é quem garantirá um relacionamento de respeito.
Aprender é modificar as percepções da realidade.
Carl Rogers, "Sumermerhill" escola de A. Neill.
Tendência
Liberal
Tecnicista.
É modeladora do comportamento humano através de técnicas específicas.
São informações ordenadas numa seqüência lógica e psicológica.
Procedimentos e técnicas para a transmissão e recepção de informações.
Relação objetiva onde o professor transmite informações e o aluno vai fixá-las.
Aprendizagem baseada no desempenho.
Leis 5.540/68
e
5.692/71.
  Tendência Progressista Libertadora
Não atua em escolas, porém visa levar professores e alunos a atingir um nível de consciência da realidade em que vivem na busca da transformação social.
Temas geradores.
Grupos de discussão.
A relação é de igual para igual, horizontalmente. 
Resolução da situação problema.
Paulo Freire.
Tendência Progressista Libertária.
Transformação da personalidade num sentido libertário e autogestionário.
As matérias são colocadas mas não exigidas.
Vivência grupal na forma de auto-gestão.
É não diretiva, o professor é orientador e os alunos livres.
Aprendiagem informal, via grupo.
C. Freinet
Miguel Gonzales
Arroyo.
Tendência Progressista "crítico social
dos conteúdos ou "histórico-crítica"
Difusão dos conteúdos.
Conteúdos culturais universais que são incorporados pela humanidade frente à realidade social.
O método parte de uma relação direta da experiência do aluno confrontada com o saber sistematizado.
Papel do aluno como participador e do professor como mediador entre o saber e o aluno.
Baseadas nas estruturas cognitivas já estruturadas nos alunos.
Makarenko
B. Charlot
Suchodoski
Manacorda
G. Snyders
Demerval Saviani





AS PRINCIPAIS TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA PRÁTICA ESCOLAR BRASILEIRA E SEUS PRESSUPOSTOS DE APRENDIZAGEM

                                      

Delcio Barros da Silva

 

 

1. INTRODUÇÃO


O objetivo deste artigo é verificar os pressupostos de aprendizagem empregados pelas diferentes tendências pedagógicas na prática escolar brasileira, numa tentativa de contribuir, teoricamente, para a formação continuada de professores.


Sabe-se que a prática escolar está sujeita a condicionantes de ordem sociopolítica que implicam diferentes concepções de homem e de sociedade e, conseqüentemente, diferentes pressupostos sobre o papel da escola e da aprendizagem, inter alia. Assim, justifica-se o presente estudo, tendo em vista que o modo como os professores realizam o seu trabalho na escola tem a ver com esses pressupostos teóricos, explícita ou implicitamente.


Embora se reconheçam as dificuldades do estabelecimento de uma síntese dessas diferentes tendências pedagógicas, cujas influências se refletem no ecletismo do ensino atual, emprega-se, neste estudo, a teoria de José Carlos Libâneo, que as classifica em dois grupos: “liberais” e “progressistas”. No primeiro grupo, estão incluídas a tendência “tradicional”, a “renovada progressivista”, a “renovada não-diretiva” e a “tecnicista”. No segundo, a tendência “libertadora”, a “libertária” e a “crítico-social dos conteúdos”.


Justifica-se, também, este trabalho pelo fato de que novos avanços no campo da Psicologia da Aprendizagem, bem como a revalorização das idéias de psicólogos interacionistas, como Piaget, Vygotsky e Wallon, e a autonomia da escola na construção de sua Proposta Pedagógica, a partir da LDB 9.394/96, exigem uma atualização constante do professor. Através do conhecimento dessas tendências pedagógicas e dos seus pressupostos de aprendizagem, o professor terá condições de avaliar os fundamentos teóricos empregados na sua prática em sala de aula.


No aspecto teórico-prático, ou seja, nas manifestações na prática escolar das diversas tendências educacionais, será dado ênfase ao ensino da Língua Portuguesa, considerando-se as diferentes concepções de linguagem que perpassam esses períodos do pensamento pedagógico brasileiro.


2. TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS LIBERAIS


Segundo LIBÂNEO (1990), a pedagogia liberal sustenta a idéia de que a escola tem por função preparar os indivíduos para o desempenho de papéis sociais, de acordo com as aptidões individuais. Isso pressupõe que o indivíduo precisa adaptar-se aos valores e normas vigentes na sociedade de classe, através do desenvolvimento da cultura individual. Devido a essa ênfase no aspecto cultural, as diferenças entre as classes sociais não são consideradas, pois, embora a escola passe a difundir a idéia de igualdade de   oportunidades, não leva em conta a desigualdade de condições.


2.1. TENDÊNCIA LIBERAL TRADICIONAL


Segundo esse quadro teórico, a tendência liberal tradicional se caracteriza por acentuar o ensino humanístico, de cultura geral. De acordo com essa escola tradicional, o aluno é educado para atingir sua plena realização através de seu próprio esforço. Sendo assim, as diferenças de classe social não são consideradas e toda a prática escolar não tem nenhuma relação com o cotidiano do aluno.


Quanto aos pressupostos de aprendizagem, a idéia de que o ensino consiste em repassar os conhecimentos para o espírito da criança é acompanhada de outra: a de que a capacidade de assimilação  da criança é idêntica à do adulto, sem levar em conta as características próprias de cada idade. A criança é vista, assim, como um adulto em miniatura, apenas menos desenvolvida.


No ensino da língua portuguesa, parte-se da concepção que considera a linguagem como expressão do pensamento. Os seguidores dessa corrente lingüística, em razão disso, preocupam-se com a organização lógica do pensamento, o que presume a necessidade de regras do bem falar e do bem escrever. Segundo essa concepção de linguagem, a Gramática Tradicional ou Normativa se constitui no núcleo dessa visão do ensino da língua, pois vê nessa gramática uma perspectiva de normatização lingüística, tomando como modelo de norma culta as obras dos nossos grandes escritores clássicos. Portanto, saber gramática, teoria gramatical, é a garantia de se chegar ao domínio da língua oral ou escrita.


Assim, predomina, nessa tendência tradicional, o ensino da gramática pela gramática, com ênfase nos exercícios repetitivos e de recapitulação da matéria, exigindo uma atitude receptiva e mecânica do aluno. Os conteúdos são organizados pelo professor, numa seqüência lógica, e a avaliação é realizada através de provas escritas e exercícios de casa.


2.2. TENDÊNCIA LIBERAL RENOVADA PROGRESSIVISTA


Segundo essa perspectiva teórica de Libâneo, a tendência liberal renovada (ou pragmatista) acentua o sentido da cultura como desenvolvimento das aptidões individuais.


A escola continua, dessa forma, a preparar o aluno para assumir seu papel na sociedade, adaptando as necessidades do educando ao meio social, por isso ela deve imitar a vida. Se, na tendência liberal tradicional, a atividade pedagógica estava centrada no professor, na escola renovada progressivista, defende-se a idéia de “aprender fazendo”, portanto centrada no aluno, valorizando as tentativas experimentais, a pesquisa, a descoberta, o estudo do meio natural e social, etc, levando em conta os interesses do aluno.


Como pressupostos de aprendizagem, aprender se torna uma atividade de descoberta, é uma auto-aprendizagem, sendo o ambiente apenas um meio estimulador. Só é retido aquilo que se incorpora à atividade do aluno, através da descoberta pessoal; o que é incorporado passa a compor a estrutura cognitiva para ser empregado em novas situações. É a tomada de consciência, segundo Piaget.


No ensino da língua, essas idéias escolanovistas não trouxeram maiores conseqüências, pois esbarraram na prática da tendência liberal tradicional.


2.3. TENDÊNCIA LIBERAL RENOVADA NÃO-DIRETIVA


Acentua-se, nessa tendência, o papel da escola na formação de atitudes, razão pela qual deve estar mais preocupada com os problemas psicológicos do que com os pedagógicos ou sociais. Todo o esforço deve visar a uma mudança dentro do indivíduo, ou seja, a uma adequação pessoal às solicitações do ambiente.


Aprender é modificar suas próprias percepções. Apenas se aprende o que estiver significativamente relacionado com essas percepções. A retenção se dá pela relevância do aprendido em relação ao “eu”, o que torna a avaliação escolar sem sentido, privilegiando-se a auto-avaliação. Trata-se de um ensino centrado no aluno, sendo o professor apenas um facilitador. No ensino da língua, tal como ocorreu com a corrente pragmatista, as idéias da escola renovada não-diretiva, embora muito difundidas, encontraram, também, uma barreira na prática da tendência liberal tradicional.


2.4. TENDÊNCIA LIBERAL TECNICISTA


A escola liberal tecnicista atua no aperfeiçoamento da ordem social vigente (o sistema capitalista), articulando-se diretamente com o sistema produtivo; para tanto, emprega a ciência da mudança de comportamento, ou seja, a tecnologia comportamental. Seu interesse principal é, portanto, produzir indivíduos “competentes” para o mercado de trabalho, não se preocupando com as mudanças sociais.


Conforme MATUI (1988), a escola tecnicista, baseada na teoria de aprendizagem S-R, vê o aluno como depositário passivo dos conhecimentos, que devem ser acumulados na mente através de associações. Skinner foi o expoente principal dessa corrente psicológica, também conhecida como behaviorista. Segundo RICHTER (2000), a visão behaviorista acredita que adquirimos uma língua por meio de imitação e formação de hábitos, por isso a ênfase na repetição, nos drills, na instrução programada, para que o aluno for me “hábitos” do uso correto da linguagem.


A partir da Reforma do Ensino, com a Lei 5.692/71, que implantou a escola tecnicista no Brasil, preponderaram as influências do estruturalismo lingüístico e a concepção de linguagem como instrumento de comunicação. A língua – como diz  TRAVAGLIA (1998) – é vista como um código, ou seja, um conjunto de signos que se combinam segundo regras e que é capaz de transmitir uma mensagem, informações de um emissor a um receptor. Portanto, para os estruturalistas, saber a língua é, sobretudo, dominar o código.


No ensino da Língua Portuguesa, segundo essa concepção de linguagem,  o trabalho com as estruturas lingüísticas, separadas do homem no seu contexto social,  é visto como possibilidade de desenvolver a expressão oral e escrita. A tendência tecnicista é, de certa forma, uma modernização da escola tradicional e, apesar das contribuições teóricas do estruturalismo, não conseguiu superar os equívocos apresentados pelo ensino da língua centrado na gramática normativa. Em parte, esses problemas ocorreram devido  às dificuldades de o professor assimilar as novas teorias sobre o ensino da língua materna.



3. TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS PROGRESSISTAS


Segundo Libâneo, a pedagogia progressista designa as tendências que, partindo de uma análise crítica das realidades sociais, sustentam implicitamente as finalidades sociopolíticas da educação.


3.1. TENDÊNCIA PROGRESSISTA LIBERTADORA


As tendências progressistas libertadora e libertária têm, em comum, a defesa da autogestão pedagógica e o antiautoritarismo. A escola libertadora, também conhecida como a pedagogia de Paulo Freire, vincula a educação à luta e organização de classe do oprimido. Segundo GADOTTI (1988), Paulo Freire não considera o papel informativo, o ato de conhecimento na relação educativa, mas insiste que o conhecimento não é suficiente se, ao lado e junto deste, não se elabora uma nova teoria do conhecimento e se os oprimidos não podem adquirir uma nova estrutura do conhecimento que lhes permita reelaborar e reordenar seus próprios conhecimentos e apropriar-se de outros.


Assim, para Paulo Freire, no contexto da luta de classes, o saber mais importante para o oprimido é a descoberta da sua situação de oprimido, a condição para se libertar da exploração política e econômica, através da elaboração da consciência crítica passo a passo com sua organização de classe. Por isso, a pedagogia libertadora ultrapassa os limites da pedagogia, situando-se também no campo da economia, da política e das ciências sociais, conforme Gadotti.


Como pressuposto de aprendizagem, a força motivadora deve decorrer da codificação de uma situação-problema que será analisada criticamente, envolvendo o exercício da abstração, pelo qual se procura alcançar, por meio de representações da realidade concreta,  a razão de ser dos fatos. Assim, como afirma Libâneo, aprender é um ato de conhecimento da realidade concreta, isto é, da situação real vivida pelo educando, e só tem sentido se resulta de uma aproximação crítica dessa realidade. Portanto o conhecimento que o educando transfere representa uma resposta à situação de opressão a que se chega pelo processo de compreensão, reflexão e crítica.


No ensino da Leitura, Paulo Freire, numa entrevista, sintetiza sua idéia de dialogismo: “Eu vou ao texto carinhosamente. De modo geral, simbolicamente, eu puxo uma cadeira e convido o autor, não importa qual, a travar um diálogo comigo”. 


3.2. TENDÊNCIA PROGRESSISTA LIBERTÁRIA


A escola progressista libertária parte do pressuposto de que somente o vivido pelo educando é incorporado e utilizado em situações novas, por isso o saber sistematizado só terá relevância se for possível seu uso prático. A ênfase na aprendizagem informal, via grupo,  e a negação de toda forma de repressão, visam a favorecer o desenvolvimento de pessoas mais livres.  No ensino da língua, procura valorizar o texto produzido pelo aluno, além da negociação de sentidos na leitura.


3.3. TENDÊNCIA PROGRESSISTA CRÍTICO-SOCIAL DOS CONTEÚDOS


Conforme Libâneo, a tendência progressista crítico-social dos conteúdos, diferentemente da libertadora e libertária, acentua a primazia dos conteúdos no seu confronto com as realidades sociais. A atuação da escola consiste na preparação do aluno para o mundo adulto e suas contradições, fornecendo-lhe um instrumental, por meio da aquisição de conteúdos e da socialização, para uma participação organizada e ativa na democratização da sociedade.


Na visão da pedagogia dos conteúdos, admite-se o princípio da aprendizagem significativa, partindo do que o aluno já sabe. A transferência da aprendizagem só se realiza no momento da síntese, isto é, quando o aluno supera sua visão parcial e confusa e adquire uma visão mais clara e unificadora.


4. TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS PÓS-LDB 9.394/96


Após a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de n.º 9.394/96,  revalorizam-se as idéias de Piaget, Vygotsky e Wallon. Um dos pontos em comum entre esses psicólogos é o fato de serem interacionistas, porque concebem o conhecimento como resultado da ação que se passa entre o sujeito e um objeto. De acordo com ARANHA (1998), o conhecimento não está, então, no sujeito, como queriam os inatistas, nem no objeto, como diziam os empiristas, mas resulta da interação entre ambos.


Para citar um exemplo no ensino da língua, segundo essa perspectiva interacionista, a leitura como processo permite a possibilidade de negociação de sentidos em sala de aula. O processo de leitura, portanto, não é centrado no texto, ascendente, bottom-up, como queriam os empiristas, nem no receptor, descendente, top-down, segundo os inatistas, mas ascendente/descendente, ou seja, a partir de uma negociação de sentido entre enunciador e receptor. Assim, nessa abordagem interacionista, o receptor é retirado da sua condição de mero objeto do sentido do texto, de alguém que estava ali para  decifrá-lo, decodificá-lo, como ocorria, tradicionalmente, no ensino da leitura.


As idéias desses psicólogos interacionistas vêm ao encontro da concepção que considera a linguagem como forma de atuação sobre o homem e o mundo e das modernas teorias sobre os estudos do texto, como a Lingüística Textual, a Análise do Discurso, a Semântica Argumentativa e a Pragmática, entre outros.


5. CONSIDERAÇÕES FINAIS


De acordo com esse quadro teórico de José Carlos Libâneo, deduz-se que as tendências pedagógicas liberais, ou seja, a tradicional, a renovada e a tecnicista, por se declararem neutras, nunca assumiram compromisso com as transformações da sociedade, embora, na prática, procurassem legitimar a ordem econômica e social do sistema capitalista. No ensino da língua, predominaram os métodos de base ora empirista, ora inatista, com ensino da gramática tradicional, ou  sob algumas as influências teóricas do estruturalismo e do gerativismo, a partir da Lei 5.692/71, da Reforma do Ensino.


Já as tendências pedagógicas progressistas, em oposição às liberais, têm em comum a análise crítica do sistema capitalista. De base empirista (Paulo Freire se proclamava um deles) e marxista (com as idéias de Gramsci), essas tendências, no ensino da língua,  valorizam o texto produzido pelo aluno, a partir do seu conhecimento de mundo, assim como a possibilidade de negociação de sentido na leitura.


A partir da LDB 9.394/96, principalmente com as difusão das idéias de Piaget, Vygotsky e Wallon, numa perspectiva sócio-histórica, essas teorias buscam uma aproximação com modernas correntes do ensino da língua que consideram a linguagem como forma de atuação sobre o homem e o mundo, ou seja, como processo de interação verbal, que constitui a sua realidade fundamental.


BIBLIOGRAFIA


ARANHA, Maria Lúcia de Arruda.  Filosofia da Educação.  São Paulo :  Editora Moderna, 1998.

COSTA, Marisa Vorraber et al.  O Currículo nos Limiares do  Contemporâneo. Rio de Janeiro : DP&A editora, 1999.

GADOTTI, Moacir.  Pensamento Pedagógico Brasileiro.  São Paulo : Ática, 1988.

LIBÂNEO, José Carlos.  Democratização da Escola Pública.  São Paulo : Loyola, 1990.

MATUI, Jiron.  Construtivismo.  São Paulo : Editora Moderna, 1998.

RICHTER, Marcos Gustavo.  Ensino do Português e Interatividade.  Santa Maria :    Editora da UFSM, 2000.

TRAVAGLIA, Luiz Carlos.  Gramática e Interação.  São Paulo : Cortez, 1998.

Na Pedagogia Liberal Tradicional, há a preparação intelectual e moral dos alunos para assumir seu papel na sociedade. A aprendizagem é receptiva e mecânica, sem se considerar as características próprias de cada idade. Há a exposição e demonstração verbal da matéria. 
Na Tendência Liberal Renovadora Progressiva, a escola deve ajustar as necessidades individuais ao meio social. A aprendizagem é baseada na motivação e na estimulação de problemas. A metodologia utilizada é feita através de experiências, pesquisas e método de solução de problemas. 
A Tendência Liberal Renovadora não-diretiva (Escola Nova) enfatiza a formação de atitudes, o método é baseado na facilitação da aprendizagem, onde aprender é modificar as percepções da realidade. O Professor é auxiliar das experiências. Procura desenvolver a inteligência, priorizando o sujeito, considerando-o inserido numa situação social. 
A Tendência Liberal Tecnicista aparece na segunda metade século XX, no Brasil em 1960-1970. A Escola procura preparar indivíduos competentes para o mercado de trabalho. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - 5692/71. Há a introdução da Disciplina Educação Artística.
A Tendência Liberal Tecnicista é modeladora do comportamento humano através de técnicas específicas. Os procedimentos e técnicas preparam para a transmissão e recepção de informações. A aprendizagem é baseada no desempenho (aprender-fazendo). O Professor é o técnico e responsável pela eficiência do ensino.
A Tendência Progressista Libertadora dá ênfase ao não-formal. É crítica, questiona as relações do homem no seu meio, visa levar professores e alunos a atingirem um nível de consciência da realidade em que vivem na busca da transformação social. O homem cria a cultura na medida em que, integrando-se nas condições de seu contexto de vida, pensa sobre ela e dá respostas aos desafios que encontra.
A Tendência Progressista Libertária visa à transformação da personalidade num sentido libertário e autogestionário. A metodologia enfoca a livre-expressão, o contexto cultural, a educação estética. Os conteúdos são disponibilizados para o aluno, mas não são exigidos. Resultam das necessidades do grupo. O professor é conselheiro, monitor à disposição do aluno.
A Tendência Progressista “crítico social dos conteúdos ou “histórico-crítica”, aparece nos fins dos anos 70.
A escola é parte integrante do todo social e orienta o aluno para a participação ativa na sociedade. O método parte de uma relação direta da experiência do aluno confrontada com o saber sistematizado. O Professor é autoridade competente que direciona o processo ensino-aprendizagem. É o mediador entre conteúdos e alunos. O ensino/aprendizagem tem como centro o aluno. Os conhecimentos são construídos pela experiência pessoal e subjetiva.
Finalmente, os conteúdos de ensino devem ser culturais e universais, constantemente reavaliados de acordo com as realidades sociais; devem ser significativos na razão humana e social. Cabe ao professor a tarefa de escolher conteúdos de ensino adequados às peculiaridades locais e as diferenças individuais. REFERÊNCIAS: LIBÂNEO, J. C. Democratização da escola pública. A Pedagogia critico social dos conteúdos; SAVIANI, D.