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sábado, 16 de julho de 2011

Alfabetização e Letramento - Resumo

ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO - (pgs. 11/12/13/17/18/19/20).

Divisão do Trabalho/Organização do Trabalho Manufatureiro:
- A emergência da escola moderna se deu pela ascensão da burguesia como classe dominante, a expansão do comércio e o trabalho manufatureiro. É esse trabalho que vai determinar a forma de trabalho pedagógico (nova forma de trabalho manufatureiro na forma coletiva).
- Comenius, considerado o pai da pedagogia, definiu a organização do trabalho pedagógico com base nos elementos de construção da produção            manufatureira. (obra de Comenius – “Didática Mágna”, tratado da arte de ensinar tudo a todos).
- Comenius fez um paralelo da nova forma de trabalho manufatureiro e o processo pedagógico. Para ele, para que se tenha uma produção em grande escala é necessário coletivisar o trabalho, e assim cada trabalhador possa ter uma parcela de contribuição. Até então o artesão era o responsável pela produção de todas as etapas do produto. Sendo assim, ele é substituído por um conjunto de trabalhadores manufatureiros que passa a produzir parcelas, tarefas específicas resultando no produto do trabalho.
Organização do Trabalho Pedagógico.
O processo pedagógico foi muito semelhante ao que se viu na organização do trabalho manufatureiro. Trata-se  não mais de um sábio ensinando seus discípulos, más um mestre capaz de ensinar “tudo” o que se faz necessário ao cidadão comum. Comenius concebe a simplificação do trabalho do professor pelo emprego do manual didático como instrumento de ensino.
- Comenius propõe a cartinha de ensinar a ler, com a preocupação didática de iniciação à leitura elaborada com ilustrações de figuras ao lado das palavras, das sílabas e das letras do alfabeto.
- A instrução simultânea (classe heterogênea), com os alunos realizando o aprendizado ao mesmo tempo, embora em graus e atividades diferentes, é uma forma utilizada no mesmo princípio do trabalho coletivo manufatureiro com sua divisão de tarefas e proporcionando o aumento da produção.
- Na escola, o ensino simultâneo possibilita a realização do princípio “do ensinar tudo a todos”, embora os primeiros resultados desse esforço só tenha aparecido em meado do século XIX.
- Comenius entendia que o estabelecimento deveria ser pensado como uma oficina de homens, e que a escola deveria fundar sua organização tendo como parâmetro as artes, já que elas abrangiam as manufaturas.
- Com o avanço da manufatura e a base técnica do artesanato em função da divisão do trabalho, foi decomposto o todo do ofício medierval em suas ações construtivas, especializando os artífices e os instrumentos de trabalho.
- O educador morávio pressupunha uma escola que visava a mesma ordem nas manufaturas, onde a divisão do trabalho permitia que diferentes operações realizadas por trabalhadores distintos, se desenvolvessem de forma rigorosamente controlada para produzir mais resultados com economia de tempo, de fadiga e de recursos.

Alfabetização/Letramento – Letramento é uma palavra recém chegada no vocabulário de educação, surgiu em 1986.
- Ensino tradicional tinha como prática pedagógica o aprendizado da língua e da leitura por meio da cartilha, centrado no domínio do código. Era considerado eficiente pra época com seu uso privilegiado da escrita (as cartas, os bilhetes, os registros de compra, etc.), como recurso de comunicação pela ausência de outros meios técnicos.
- Com a globalização do capital e os avanços das relações sociais de interdependência entre sujeitos de classes sociais, comunidades, religiões e países diversos, surgem novos processos de comunicação – processo comunicacional dotado de tamanha rapidez e simultaneidade entre a produção e a recepção de grande número de informações, exigindo assim, novos patamares de leitura e de escrita que se deu o nome de letramento.
- Nos dias de hoje, ser alfabetizado, isto é, saber ler e escrever tem se revelado condição insuficiente para responder adequadamente às demandas da sociedade.
- Há alguns anos, não muito distantes, bastava que a pessoa soubesse assinar o nome, porque dela, só interessava o voto. - Letrado é aquele que sabe ler e produzir textos, dos mais variados gêneros e temas. Um escritor competente deve saber selecionar o gênero apropriado a seus objetivos e à circunstância em que realizará seu discurso.
-A necessidade da universalização do domínio da leitura e da escrita se dá com a expansão do comércio de mercadorias, produzidas em manufatura sob a forma de trabalho coletivo e do desenvolvimento da nova ordem social burguesa, constituídas pelas classes em ascensão.
- Mudanças sociais e comunicacionais demandam conteúdos do ensino da leitura e escrita relativas à textualidade e ao código.
- O método tradicional de alfabetização centrado no uso da cartilha se preocupa fundamentalmente com a codificação e decodificação de letras, sílabas e palavras.
- É preciso ser capaz de não apenas decodificar sons e letras, mas entender os significados e usos das palavras em diferentes contextos.
- Segundo Soares, não basta saber ler e escrever, é preciso fazer uso do ler e escrever, é saber responder às exigências de leitura escrita que a sociedade faz continuamente.
- Alfabetizado: - é aquele indivíduo que sabe ler e escrever:
- Alfabetização, restringe-se ao fato de aprender a ler e escrever.
- *Um indivíduo alfabetizado não é, necessariamente um indivíduo letrado:
- Letramento é a técnica de ler e escrever com a inserção nas práticas sociais de leitura e escrita.
- Letrado: - é o indivíduo que tem a técnica de ler e escrever com as práticas sociais de leitura e escrita.
- Objetivo do Letramento: - Produzir leitor/escritor competente até para exercer seu direito como cidadão, além de dominar informações, e ter uma interpretação ideológica, política, saiba reivindicar, estabelecer conflitos verbais e regras. (ensino transformador/letramento – exige o domínio da textualidade e do código).
- Letrado – Dimensão Individual – Domínio técnico do ler e escrever;
- Letrado – Dimensão Cultural – Conjunto de atividades sociais que envolvem a língua escrita – utilização segundo o padrão das exigências de determinado contexto social. - * A língua falada culta é conseqüência do letramento *.
- O letramento é uma concepção pedagógica do ensino/aprendizagem da leitura e escrita que comporta: aquisição das habilidades de ler e escrever.
- Conceito de letramento – é realizar práticas sociais numa sociedade de cultura escrita.
O letramento é condição essencial para inserção do processo de cidadania, a aquisição das informações e a interpretação dessas informações pelo processo de leitura de escrita inserem o leitor competente num processo social mais amplo de inserção no mundo letrado.

- Inserir o aprendiz nas práticas sociais de leitura e escrita, tornando-o, ao mesmo tempo, alfabetizado e letrado – isso também é letramento.
- Práticas de letramento são realizadas a todo o momento pelas pessoas que usam a língua escrita para, por exemplo, ler o nome da condução que vão tomar, ler uma notícia em um jornal, escrever uma lista de compras e outras semelhantes.

* O aprender ler e escrever traz conseqüências sobre o indivíduo e altera seu estado ou condição em aspectos sociais, psíquicos, culturais, políticos, cognitivos e lingüístico.
- Conteúdo da textualidade: - coesão, coerência, unidade temática, clareza, concordância, conteúdos que no modelo tradicional de alfabetização não era levados em conta.

A produção social da linguagem oral e escrita:- pg. 23/24/25
- O processo pedagógico da aquisição da linguagem escrita, se fundamenta no princípio da produção social da linguagem oral e escrita.
- A história humana é constituída pelos indivíduos reais produzindo suas condições materiais e concretas de vida.  
- Os homens se distinguem dos animais por produzir seus próprios meios de existência.  
- O primeiro ato histórico do homem é produzir-se a si mesmo e seus próprios meios de existência.
- A mão humana é, ao mesmo tempo órgão e produto do trabalho porque cria instrumentos de que vão lhe dominar a natureza, na medida em que a ação do homem pelo trabalho leva aos meios de vida e de sua própria vida material. Assim, os homens imprimem sobre a natureza as marcas de sua ação, humanizando-a, como também produz a si mesmo humanizando-se.
- Os homens são historicamente produzidos e historicamente se produz.
- Ao produzir seus próprios meios de existência, realiza uma forma humana de vida material produzindo tecnologia (artefatos e instrumentos) e idéias (crenças, conhecimentos e valores) que são mecanismos para elaboração das idéias (planejamento, raciocínio e abstração), destinguindo-se cada vez mais das outras espécies de animais.
- O homem é um ser histórico por produzir sua própria existência, a si próprio e os meios dos quais desenvolvem sua vida individual e social, (meios materiais e espirituais).

Produção social da linguagem oral e escrita:
- A produção da existência humana se estabelece como relação social. (Sem a relação mútua e auxílio seria impossível a se produzir a humanidade).
- As condições, o modo e a finalidade das ações empreendidas impõem ao homem a exigência de auxílio mútuo, sejam eles quais forem e em qualquer circunstância sempre haverá a necessidade de auxílio mútuo e cooperação.
- A linguagem é produto dessa cooperação mútua.
- Por meio da linguagem é possível organizar a atividade prática e coletiva, sistematizando e comunicando os membros do grupo as informações necessárias à sua realização.
- Outra possibilidade importante da linguagem é a organização da atividade prática coletiva, acumular as experiências realizadas de forma que possa ser transmitidas ao grupo e para próximas gerações.
- A linguagem é também uma produção social.
- A linguagem representa o pensamento.
- A linguagem possibilita que as gerações futuras possam dar continuidade às formas de vida já produzidas sem a necessidade de voltar ao ponto de partida, ao sistematizar os conhecimentos já produzidos, ao permitir seu acúmulo e a sua transmissão, permitindo assim, que as novas gerações dêem prosseguimento à produção humana sem voltar ao ponto de partida.
- A linguagem e a consciência não são faculdades naturais e nem inatas, más resultado da ação dos homens realizada ao longo do processo histórico de produção social da existência humana.
- Tanto a linguagem quanto a consciência são produtos e produtores.
- A linguagem produz a consciência – ao operar no âmbito do pensamento de forma simbólica sobre os elementos da realidade permite o desenvolvimento do pensamento e das funções mentais que por sua vez se aprofunda na medida do uso da linguagem na realidade

A relação entre aprendizagem da língua escrita e desenvolvimento do pensamento - pg. 31/32/33
- A criança, ao se apropriar da língua escrita, assume a condição de inserção na cultura letrada além de criar condições de operações mentais.
- Essa apropriação da língua escrita significa mais do que apreender um instrumento de comunicação, más está possibilitando a construção de estruturas de pensamento capazes de abstrair a apreensão da realidade concreta.
- Para Vygostsky, criar zona de desenvolvimento proximal é um aspecto essencial do aprendizado, uma vez que despertam vários processos internos de desenvolvimento. Esses processos quando internalizados, tornam-se parte das aquisições do desenvolvimento independente da criança.
- Para Vygostsky, aprendizado não é desenvolvimento, más quando feito de forma adequado e organizado resulta em desenvolvimento mental e põe em movimento vários processos de desenvolvimento que de outra forma, seriam impossíveis de acontecer.
- O aprendizado é um aspecto necessário e universal do processo de desenvolvimento das funções psicológicas.
- Ao interagir com o mundo objetivo, a criança se apropria pela mediação dos adultos que a cercam.
- A língua portuguesa é objeto do processo de alfabetização por se ter o texto oral e escrito como elemento norteador do ensino-aprendizagem.
É preciso que o texto tenha para a criança significado de momento real de uso da linguagem e que seja feito de forma a garantir sua compreensão global.
- A apropriação do conhecimento socialmente produzido se efetiva por meio da interação da criança com os adultos mais experientes, capazes de inserir a criança no universo dos objetos de conhecimentos.
- Para Vygostsky, o aprendizado humano pressupõe uma natureza social específica e um processo através do qual as crianças penetram na vida intelectual daqueles que a cercam.
- No caso da língua escrita é indispensável a participação decisiva do professor no processo pedagógico.

- O processo da aquisição da escrita já teve início para as crianças muito antes de sua entrada na escola. Muitas delas desde cedo estão em contato com a escrita pela interação com as pessoas que lêem e escrevem e pela manipulação de material escrito.
- Apesar da importância que a criança tem de interagir sobre objetos de conhecimento estabelecendo relações, é preciso ressaltar que esse contato não basta para desenvolver naturalmente um processo de conhecimento da língua escrita.
- A produção da linguagem, (oral ou escrita) não é um processo natural, assim como sua apropriação também não é natural ou espontânea: exige a inserção do aluno nessa realidade histórico-cultural pela mediação do professor.
- Para se determinar a zona de desenvolvimento proximal da criança é preciso observar dois níveis de desenvolvimento: Real e Potencial. O desenvolvimento das funções mentais da criança é chamado nível real. Quando se determina a idade mental da criança estará se tratando do nível de desenvolvimento real.
- Zona de desenvolvimento proximal é a distância entre o nível de desenvolvimento real e o potencial.
- O nível real é determinado através da solução independente de problemas, enquanto o nível potencial é determinado através da solução de problemas sob a orientação de um adulto.
- O bom aprendizado é aquele que se adianta ao desenvolvimento.
- O processo de aprendizado está sempre a frente do processo de desenvolvimento.
- O processo de desenvolvimento não coincide com o processo de aprendizado. O processo de desenvolvimento progride de forma mais lenta e atrás do processo de aprendizado. É desta diferença que resulta as zonas de desenvolvimento proximal.
- Vygostsky orienta o aprendizado a não esperar o amadurecimento da criança más procurar, através do processo do ensino-aprendizado as aquisições de novos patamares de desenvolvimento.

Vygostsky
Uma criança de, aproximadamente, três anos de idade escreve o nome da mãe ou do pai, praticando a Escrita Indecifrável, ou seja, se o pai é alto, ela faz um risco grande, se a mãe é baixa, ela risca algo pequeno. Aproximadamente aos 4 anos de idade, a criança entra numa nova fase, a Escrita Pré-silábica, que pode ser Unigráfica: semelhante ao desenho anterior, mas mais bem elaborado; Letras Inventadas: não é possível ser entendido, porque não pertence a nenhum sistema de signo; Letras Convencionais: jogadas aleatoriamente sem obedecer a nenhuma seqüência lógica de escrita.
No desenvolvimento, aos 4 ou 5 anos, a criança entra na fase da Escrita Silábica, quando as letras convencionais representam sílabas, não separam vogais e consoantes, faz uma mistura e às vezes só maiúsculas ou só minúsculas.
Com aproximadamente 5 anos, a criança entra em outra fase, a Escrita Silábica Alfabética. Neste momento a escrita é caótica, faltam letras, mas apresenta evolução em relação à fase anterior.
Com mais ou menos 6 anos de idade, a criança entra na fase da Escrita Alfabética: já conhece o valor sonoro das letras, mas ainda erra. Somente com o hábito de ler e escrever que esses erros vão sendo corrigidos. Ferreiro aconselha não corrigir a escrita da criança durante as primeiras fases. No início, ela não tem estrutura e depois vai adquirindo aos poucos. Nesse instante o erro deve ser trabalhado, porque a criança está adquirindo as estruturas necessárias.
Sobre educação de adultos, considera que as fases iniciais já foram eliminadas, porque mesmo sendo analfabeta, a pessoa conhece números e letras.
Considera a Zona de Desenvolvimento Proximal de Vygostsky, a lei de equilíbrio e desequilíbrio de Piaget e a internalização do conhecimento. Trabalha com hipóteses, no contexto, com visão de processo, aceitando a problematização, dentro da visão Dialética holística. 
Textualidade, Código e Meios de Produção da Escrita. (pg. 37 a 43).
O conceito tradicional de alfabetização que se configura no uso da cartilha, está basicamente orientado pelos métodos Sintéticos e Analíticos.
No método sintético situam-se os métodos fônicos e silábicos e parte das partes para o todo, ou seja, inicia-se o processo de alfabetização a partir das letras, sílabas, família silábica e palavras.
No método analítico inicia-se o processo de alfabetização do “todo para as partes”, ou seja, da palavra, frase ou história para as sílabas e letras. Nesse caso, apresenta às crianças uma palavra-chave que pode ser escolhida aleatoriamente ou retirada de uma frase ou de uma história e ser estudadas suas sílabas e letras.
- A palavra-chave deve ser palavra que possa trazer motivação para o estudo da criança, e que faça parte do universo dela;
- O processo de codificação/decodificação é orientado pelo princípio de síntese ou de análise;
- Os métodos tradicionais se concentram nas letras sílabas e palavras;
- Os métodos sintéticos e analíticos se opõem um ao outro;
Codificação/Decodificação é o domínio gráfico, e  se dá por meio de atividades de produção e leitura de textos, além de atividades de estudo das letras e sílabas.
Codificação = a construção ou a estrutura da palavra;
Decodificação = leitura das palavras;
- Ambos os métodos têm em comum o domínio do sistema gráfico em detrimento do conteúdo discursivo que se materializa nesse sistema.
Pelo método tradicional da cartinha o aprendiz pode ser considerado alfabetizado quando conhece o alfabeto, escreve o nome ou é capaz de “ler e escrever textos simples”.
* Nesse sentido, a alfabetização se reduz ao reconhecimento das letras e do seu valor fonético;
Além dos métodos sintético e analítico pode ter também o método misto, que trabalha com as duas formas citadas ao mesmo tempo. (Ex. o método das abelhinhas que fonetiza os sons das letras).
As críticas feitas aos métodos sintéticos e analíticos se dão pelo fato de sua inversão (um se opõe ao outro ao mesmo princípio). Um das partes para o todo e o outro do todo para as partes, (marcha sintética e marcha analítica). Por esses métodos, a criança está alfabetizada quando conhece o conjunto de família silábica.
- O elemento norteador dos procedimentos alfabetizadores é o próprio texto oral e escrito.
- O que é relevante na alfabetização é a apropriação do código escrito enquanto veículo de significação.
- Analisar a palavra plena de significado requer apreendê-la enquanto interlocução, no processo de interação verbal que se institui no contexto mais amplo do texto.
- O processo de alfabetização não pode limitar-se ao reconhecimento dos elementos materiais da escrita, centrando-se, assim, no domínio do código escrito.
- O ensino centrado na cartilha é limitador porque exclui do ensino da língua escrita o estudo das relações textuais.
- Há quem defenda a priorização da gramática textual secundarizando o ensino da cartinha, uma vez que na medida em que se incorporam os conteúdos da discursividade, secundarizam-se os recursos e princípios articuladores do código da escrita, deixando que os alunos “os descubra” por si mesmo.
- Essa visão é um tanto problemática tendo em vista a importância do aprendizado da escrita, já que o domínio da escrita caracteriza-se por desenvolver simultaneamente os conteúdos relativos à textualidade e os conteúdos pertinentes à codificação/decodificação, incorporando, nesse caso à prática pedagógica os conteúdos gerais da gramática textual (coesão, coerência, unidade temática, clareza, concordância, entre outros), e também os conteúdos básicos do código da escrita alfabética (letras, sílabas, família silábica, direção da escrita, segmentação, etc.).
As quatro práticas da alfabetização
- Leitura e interpretação, produção de textos orais e escritos, análise linguística e sistematização do código.
- Trabalho permanente com textos, baseado nas quatro práticas, permite ao aluno a repetição dos fundamentos da língua escrita.
- O aluno tem uma repetição de oportunidades de rever o mesmo conteúdo, sob enfoques diferentes, num processo gradativo.
- Leitura de fruição/objetivo = produzir intimidade com o material de leitura e despertar o gosto pela leitura sem intervenção direta e sem cobrança do professor. Tipos de livros (todos): história, revista, jornais, poesia, crônica etc. – é preciso ter várias opções de textos, um clima agradável para a criança.
* é necessário extrair do texto todas as consequências possíveis.
- Leitura com intervenção pedagógica: (requer intervenção do professor) é preciso explicar o tema e o conteúdo das entrelinhas, posições e intenções do autor, e desenvolver crítica aos conteúdos ideológicos no texto - Conteúdo do texto: função social, interpretação, análise linguística, codificação e decodificação (letras, sílabas e palavras).
- Nos momentos iniciais do processo de alfabetização, a leitura será feita pelo professor para os alunos;
- Na atividade de leitura o professor trabalhará aspéctos da função sociai do texto, sua interpretação, análise linguística e decodificação.
*Produção de textos orais e escritos: - a composição que envolve o texto pode ser individual ou coletiva. No início, enquanto os alunos ainda não dominam a escrita o texto será produzido oralmente pelos alunos e transposto para escrita pelo professor. (registrar)
*Análise linguística – tem como objetivo apreender os mecanismos de construção do sentido do texto, como concordância, regência, organização, ambiguidade, clareza, argumentação, entre outros. A de reescrever o texto é a forma mais fecunda de desenvolver a análise linguística.
*Sistematização do código: - compreender as relações entre letras e fonemas, ou seja, identificar as letras e seus deferentes valores fonéticos. É preciso reconhecer uma única forma de grafia para uma cada palavra. Procedimentos – a partir de uma palavra identificada em um texto trabalhado, e com isso desenvolver comparações gráfico-fonética com outras palavras.
Leitura e Interpretação: (pg. 53 a 58).
Ler é uma prática social, é dialogar com o texto, é um processo de interação verbal entre pessoas que estão determinadas pelas relações sociais de seu tempo.
- As crianças que ainda não sabem ler mantêm contato com material gráfico no ambiente onde vivem - pinturas, sinais e propagandas e se apropriam do seu significado mesmo que de forma limitada.
- A leitura é uma relação de diálogo que se estabelece entre o leitor e o texto. Deve se ressaltar que há um limite para essa interpretação e por isso a importância da prática pedagógica capaz de produzir, progressivamente, um leitor capaz de perceber a riqueza e os limites de interpretação do texto.
- Objetivos da Leitura:
*possibilitar a interação da criança com os mais diversos textos em situações significativas e diferentes;

*A leitura é uma forma verbal de produção de sentido por meio da interação do leitor ativo com o texto;
*Ler criticamente a fim de aprender a realidade humana na qual estamos inseridos socialmente;
*Produzir um leitor capaz de perceber a riqueza de possibilidades e os limites da interpretação do texto;
* Interação textual com reflexões sobre a língua escrita: análise lingüística; - (isso é de grande importância porque todos os elementos gramaticais necessários estão presentes no texto).
- O professor deve ter um bom conhecimento e muita clareza sobre a função dos textos com os quais irá trabalhar com os alunos, verificar em que contexto eles podem ou não ser alvo de interpretação crítica.
Formas de Leitura:
Leitura de Fruição (leitura por prazer) – objetiva o gosto pela leitura, nesse caso o próprio aluno seleciona sua leitura sem intervenção do professor, e lê pelo prazer que ela lhe proporciona.
Leitura Pedagógica (com intervenção do professor): se inicia pela análise do texto para perceber a intenção do texto, ou seja, aprender a efetuar uma análise desse texto para perceber a intenção do autor e suas idéias e sua inserção na sociedade que lhe é contemporânea.
- A leitura tem a finalidade de buscar informações esclarecedoras ou prática, que possa atender a uma necessidade de conhecimento imediato por parte do leitor.
- Na leitura de textos informativos o aluno é levado a perceber as idéias do texto e as relações ou contradições existente entre elas, além de aprender a intencionalidade do autor e seu argumento para convencer o leitor.
- As crianças devem ler, na escola, o mesmo livro os mesmos tipos de textos que circulam no cotidiano das pessoas (rótulos, avisos, listas, cartazes publicitários, receitas, manuais, agendas, bilhetes informais, postais, convites, cartas, correspondência comercial, notícias de imprensa, entre outros).
- Os textos literários são muito importantes no processo de alfabetização, principalmente os poéticos pela sua sonoridade e a musicalidade do ritmo e da rima, tem a finalidade de fruição facilitando de forma lúdica a compreensão da relação entre oralidade e escrita. Os professores devem orientar os alunos quanto aos limites de interpretação já que esse texto comporta muitas interpretações.
- A leitura constante de textos literários propicia uma experiência prazerosa aos alunos e por isso forma o gosto e o hábito de leitura.
- É importante na alfabetização que a leitura utilizando textos seja própria do universo infantil, tais como as cantigas de roda; as parlendas (rima), os trava-línguas, as poesias, as narrativas entre outras.
- Devem ser trabalhadas em sala de aula também as linguagens jornalística, televisiva e cinematográfica.
Produção de textos: - pg. 61/62
- Escrever um texto significa estar movido pela intenção de comunicação com o interlocutor real ou virtual;
- Texto é um processo de comunicação com um interlocutor real ou virtual;
- A enunciação do texto é realizada por meio de um código e contém unidade temática, estrutura, coerência e coesão;
> unidade temática – tema;
> estrutura – organização do texto;
> coerência – a lógica entre os elementos do texto;
> coesão – articulação entre as palavras, frase e parágrafo (conjunções, preposições e pontuação).
- Elementos gráficos do código: letras, pontuação, acentuação e parágrafo.
- Elemento para articulação do sentido do texto: coesão, concordância, regência, entre outros.
- O interlocutor a quem ele se destina e a situação do autor são fatores que vão determinar a escolha quanto ao tipo do texto; linguagem adequada, argumentação, informações necessárias, entre outros.
Texto Oral: - As crianças quando chegam à escola já apresentam domínio suficiente da linguagem oral para produzirem textos, comunicarem-se e interagirem verbalmente com os outros porque são falantes da sua língua nativa (popular). Cabe a escola aos poucos oferecer ao aluno a possibilidade de aquisição da linguagem-padrão (formal) também na oralidade, respeitando sempre a língua do aluno e os valores culturais da comunidade da qual o aluno é oriundo.
- A maioria das crianças adquire a capacidade de uso da oralidade em textos comunicativos informais, coloquiais, familiares, podendo ser ampliada essa experiência lingüística através da escola por meio de situações diversas de prática da oralidade como debates, conversas, relatos e recontos e por práticas de atividades de produção de textos orais como comentários, discussões e apresentações.
- Essas práticas de expressão oral enriquecem e aperfeiçoam o discurso do aluno tornando-o um usuário competente de língua oral, e um sujeito capaz de dotar sua fala de argumentos que dêem conta de estabelecer uma conversa.
- Aspectos próprios do código da escrita: - além das letras, pontuação, acentuação, parágrafo. Para articulação do sentido do texto há recursos como coesão, concordância, regência, entre outros.

- O professor não utilizará de um problema de concordância de número para “aproveitar” e explicar todos os casos de concordância, más irá focar naquele caso específico de concordância.
- É necessário que o professor conheça as razões de uma opção por um determinado texto para que possa tirar dele, proveito e todas as vantagens possíveis. Sendo assim, ele irá desenvolver um trabalho que inverte o processo tradicional, indo do texto à letra, o contrário do tradicional que ia dos menores aos maiores elementos da língua (da letra à sílaba, à palavra, à frase até chegar ao texto). – pg. 66
- Pela metodologia tradicional o professor trabalhava apenas com um aspecto da escrita: as relações letra/fonema. Esse trabalho, eficiente na memorização das letras e sílabas, excluía do ensino da escrita aspectos importantes para clareza do texto: a função social, enquanto objeto veiculador de idéias, concepções, informações, valores, etc., além dos elementos de coesão, argumentação, ordem e direção da escrita.
- Os textos da cartilha, são considerados falsos e “pobres”, por faltar muitos elementos de recursos importantes da escrita como segmentação e acentuação entre outros.  A falta desses recursos impede a expressão de idéias que, na vida prática, precisa comunicar.
- Os textos da cartilha são estereotipados e quase sem sentido, sem nenhuma semelhança com o discurso oral existente na prática cotidiana, sem qualquer função social, más apenas com o mero pretexto de promover a memorização de letras e sílabas.
- O trabalho de alfabetização deverá conter várias questões que envolvem as relações leitor/escritor:
> Domínio da codificação/decodificação – identificação de letras e sílabas, seus valores fonéticos, emprego de acentuação, cedilha, etc.
> A compreensão da gramática textual – coerência, coesão, concordância, etc.
> O conhecimento e a prática da produção – interpretação dos vários sentidos do texto e a compreensão de sua função social e mecanismos de constituição de sentido.
Produção de textos escrito:  -  pg. 69/70/71
- Tem como objetivo adquirir competência como escritor – ser capaz de escrever com qualidade verbal e correção lingüística; escrever um bom texto, com boas idéias, expressas de modo claro e adequado.
*A escrita é o desenho da fala humana;  é a representação da oralidade.
*O texto escrito é o registro gráfico do texto oral;
- Concepção de texto escrito – pelos métodos tradicionais o aluno só deve iniciar o processo de produção de texto escrito quando tiver dominando o código;
- O texto é uma produção verbal dotada de:
> Unidade temática – mantém um único tema ao qual se articulam idéias, explicações e considerações;
> Coerência argumentativa – as idéias e argumentos mantêm uma seqüência lógica entre si;
> Coesão – correta articulação das palavras, orações, períodos e parágrafos;
- Para se produzir bons escritores na escola, é importante que as crianças realizem tentativas de escritas que, inicialmente, apresentem  erros.
- O fato de deixar que a criança venha escrever texto só quando for capaz de não cometer erros, pode retardar muito o exercício de escrita, e a criança pode se desinteressar pelo seu aprendizado e desconsiderar a noção dos usos reais da escrita, os alunos tenderam a valorizar mais a forma que o conteúdo de seus textos, falta de originalidade e vocabulário pobre, tenderão utilizar apenas palavras que já dominam perfeitamente, se limitarão apenas às idéias, às palavras e frases das quais conhecem a escrita.
- Os erros serão objetos de reflexão a fim de serem superados pela aprendizagem progressiva do aluno no momento próprio da prática de produção da escrita – reescrita do texto.
Prática da escrita: - pg. 73
> O professor definirá com os alunos os critérios de escolha do texto que será registrado;
> Organizar um trabalho de produção de textos narrativos escritos com finalidade definida previamente com os alunos (livro de história, mural das produções, cordel de anedotário, diário da turma).
> O professor poderá propor atividades de registro de palavras que sejam significativas em decorrência de determinado contexto, como: nomes de pessoas, legendas de objetos, animais, brinquedos, comidas, lugares desenhados, calendário com nome dos dias da semana, meses do ano, feriados e outros dados.
Tipos de letra – É importante que o professor trabalhe com todos os tipos de letras, mas para efeito do ato de escrita pelos alunos deve se restringir ao uso da letra caixa-alta. Nos dias atuais a letra cursiva perdeu sua utilidade, ninguém escreve mais textos longos à mão e ninguém mais se dispõe a ler um texto longo manuscrito. Hoje em dia apenas pequenas anotações como preencher um cheque, escrever um bilhete, listas de compras, redigir pequenas notas, registrar endereços são feitas manualmente, más aceitam muito bem a letra caixa-alta também.

- Se o aluno tem experiência e domina bem a letra cursiva não há razão para que o professor imponha uma mudança de registro para “conformá-lo à turma”. Más, é necessário que o aluno aprenda a ler todos os tipos de letras.    – pg. 75.
Análise Lingüística – um recurso indispensável na produção e interpretação de textos. É necessário realizar atividades de análise lingüística por ser uma atividade de reflexão sobre a própria língua. Uma prática fundamental, pois tornar-se letrado significa ter o domínio do emprego da língua na escrita e na leitura, além da capacidade de pensar e falar sobre a língua materna e analisar as relações entre seus elementos constitutivos. - pg. 77
- A prática análise lingüística pode partir do texto produzido pela própria criança ou de um texto selecionado pelo professor;
- A análise lingüística em sua reflexão gramatical tem como objetivo levar a criança a buscar soluções para os problemas presentes no seu próprio texto.
- A compreensão das características da linguagem formal na escrita constitui prática pedagógica relevante para que o aluno se aproprie desse código lingüístico.
* É preciso que as crianças percebam a importância das diferentes formas de linguagem e a necessidade de saber utilizá-las adequadamente.
A linguagem formal é aquela aceita como legítima pela sociedade. É dela que o aluno busca se apropriar pela via do ensino escolar. A falta do seu domínio pode causar discriminação, e até ser deixado de lado na competição do emprego, no comércio, e em outras circunstâncias que lhe é exigida.
A língua coloquial é aquela adquirida e utilizada no cotidiano com pessoas mais íntimas ou familiares.
- As diferentes linguagens, formal e coloquial, refletem o âmbito cultural próprio do segmento social e do grupo que caracteriza as pessoas que as utilizam.
- É de grande importância a apropriação da língua formal pela criança por ser o meio de legitimação social e pela abrangência que ela permite expressar um rico conjunto de experiências, situações, fatos e objetos sociais. Por isso é um importante instrumento de análise e compreensão da realidade.
Na escrita: a linguagem formal é consagrada socialmente. Deve ser empregada essa modalidade quando se trata de interação verbal realizada em determinadas convenções sociais de pouca proximidade entre interlocutores.
Na oralidade, a pratica de análise e reflexão sobre a língua leva a criança a se apropriar dos diferentes registros, formais ou coloquiais, além de propiciar ao aluno condições de elaborar seus textos orais e escritos utilizando mecanismos de constituição de sentido como: concordância, regência, organização, eliminação de ambigüidades, clareza e segmentação. (78)
Na leitura, a prática de análise lingüística, além da incorporação de recursos lingüísticos que poderão ser empregados nas produções escritas, à reflexão sobre as múltiplas possibilidades de significado que se pode conferir ao texto diante da intencionalidade do autor. (79)
Processo de revisão de textos: possibilita que a criança exercite, com a ajuda do professor, a retirar ou acrescentar elementos, alterar suas posições, buscando torná-los mais compreensíveis para o leitor. A revisão de texto é melhor compreendida pela criança quando feita coletivamente com a mediação do professor.
O processo de reestruturação do texto: (revisão ou reescrita) Mostra ao aluno que o ato de escrever para a leitura de outro interlocutor requer o emprego das convenções e normas da escrita, assim como uma escrita legível e compreensível são requisitos necessários para garantir a fidelidade daquilo que se quer veicular à interpretação que o leitor vai realizar, bem como à aproximação máxima entre o que foi escrito e o interpretado. (vídeo)
A língua escrita estabelece a relação entre uma impressão sonora e uma impressão visual.
Processo de reescrita: Deve ser feita com a mediação do professor. É fundamental que o professor tome como procedimento apontar primeiro para o aluno aquilo que ele já domina para que, com base nas apropriações já realizadas, possa perceber questões ainda não compreendidas e não incorporadas. (80)
- As línguas se aumentam e alteram com o tempo e as necessidades dos usos e costumes. Nesse sentido, a influência do povo é decisiva; certos modos de dizer, locuções novas. (a influência popular tem um limite). “O escritor não está obrigado a receber e dar curso a tudo o que o abuso, o capricho e o modismo inventam”.
 Sistematização para o Domínio do código: - pg. 85/86/87
- A ênfase na crítica aos métodos de uso da cartilha, baseada na memorização de famílias silábicas e que desconsideravam os elementos textuais, acabou por secundarizar ou até mesmo ignorar o trabalho com letras, sílabas e família silábicas.
- É necessário o desenvolvimento de atividades específicas que auxiliem as crianças a compreenderem as relações entre letras e fonemas, bem como o reconhecimento á exigência de uma única  forma de grafia para uma dada palavra.
Conteúdos relativos à codificação e à decodificação: A escrita como representação, – O princípio alfabético da língua escrita: o sistema escrito tem como referência o sistema fonético, – As formas de relação entre letra e fonema: fixas, posicionais e arbitrárias, – Os valores fonéticos das letras – O princípio do registro fixo dos vocábulos, - Outros recursos da escrita: acentuação, notações léxicas, sinal de parágrafo etc. – Direção da escrita, - Segmentação.
A escrita como representação da oralidade: A fala não tem nenhuma relação com a forma visual do objeto a que se refere, assim como a escrita não tem nenhuma relação com a forma visual do objeto representado. A escrita se relaciona com a fala, isto é, ela representa, com os sinais gráficos, os sons da voz humana. (a escrita é o desenho da fala humana).

Para “desenhar” a fala humana, utilizamos as letras e os sinais gráficos próprios do código, ou seja, para codificar os sinais da escrita precisamos perceber a relação entre existente a oralidade e a escrita.
Princípio Alfabético da Leitura Escrita: O primeiro grande desafio do processo de alfabetização consiste em fazer o aluno compreender que a língua escrita estabelece a relação entre uma impressão sonora e uma impressão visual.
*Pelo princípio alfabético, na medida em que o aluno compreende que para decodificar os sinais da escrita e identificar sua relação com os fonemas, ele praticamente já dominou o segredo da escrita.
Formas de relação entre letra e fonema – três classificações: regulares e biunívocas – letras que representam um único e mesmo fonema: B, F, P, T, V.
Valor posicional – letras com dois valores fonéticos, dependendo da sua posição na palavra: L, M, N, tem um valor fonético antes da vogal e outro depois.
Arbitrárias – letras com múltiplos valores das letras e dos fonemas: Z, S, X, K.
- Apesar da possibilidade de uma letra representar mais de um fonema e um fonema mais ser representado por mais de uma letra, a língua escrita tem um princípio que estabelece uma grafia fixa para cada vocábulo e cada vocábulo admite um único registro.
Direção da escrita, Segmentação e outros recursos da escrita: direção da escrita, da esquerda para direita - alinhamento, de cima para baixo – e segmentação entre palavras. Pg. 88
- São indispensáveis também os recursos como acentuação, notações léxicas e sinal de parágrafo.
É inegável que fatores de caráter social têm influência no insucesso da educação (analfabetismo, repetência, evasão escolar, entre outros), entretanto, a questão metodológica também se configura como um elemento importante nesse quadro de dificuldades. Pg. 89
- A crítica ao ensino tradicional, baseado na cartilha, delineou um quadro de avanço e retrocesso: (Regina Klein)
* O avanço, foi a ênfase no objetivo do ensino da língua escrita, qual seja, a produção de um leitor/escritor competente, em decorrência, propôs-se o texto, como eixo norteador do processo de alfabetização.
* O retrocesso se configura por secundarizar  ou até mesmo negar, a importância das atividades pedagógicas de codificação/decodificação e a idéia de que o trabalho com texto dispensava o trabalho com outros aspectos mais específicos do código. Da negação da cartilha, passou-se a negação dos conteúdos dela.
- A enfatização na alfabetização com base na gramática textual, secundarizando as atividades de codificação/decodificação é uma visão problemática, porque o código constitui, efetivamente, um aspecto fundamental da escrita.
Propôs-se uma revolução no ensino da língua escrita sem o devido cuidado com a qualificação dos alfabetizadores que foram formados pela cartilha, não dominavam o conhecimento necessário para desenvolver o processo de alfabetização sob outra perspectiva. Em outras palavras, se “tirou o tapete” dos professores, sem muitas vezes, oferecer-lhes nenhum outro recurso no lugar.
Procedimentos pedagógicos para sistematização do domínio do código:  pg. 93/94/95
- É das tentativas de produção de textos que emergirão as tentativas de sistematização das letras e sílabas a serem trabalhadas com a criança.
- O professor realiza atividade de produção de textos orais, de preferência coletivos, faz o registro escrito de um texto previamente selecionado, na presença dos alunos. Pela leitura feita em voz alta de cada palavra feita pelo professor, o aluno percebe a relação entre os fonemas e o registro gráfico.
Feito isso, serão destacadas uma ou mais frases do texto para serem objetos de reflexão sobre o código, envolvendo atividades da criança como: tentativas de cópia com o alfabeto móvel; cópia escrita e ilustração do conteúdo da frase; exercícios de composição e decomposição de palavras; montagem de palavras no alfabeto móvel; jogos de memória, bingo, quebra-cabeça, dominó de palavras etc.
Pela proposta de Klein, o trabalho com as palavras pode ser feito conforme a sistematização a seguir:
*escolher no texto palavras com bom referencial – a mais repetida, a que chamou a atenção dos alunos, a que faz parte do título do texto;
*apresentar essas palavras em vários contextos, utilizando-se de recursos como o quadro-de-giz, cartazes, fichas;
*insistir na apresentação até perceber que os alunos já fazem uma leitura globalizada, isto é, já identificam as palavras, fazendo a correspondência entre aquele grafismo e a expressão oral;
*decompor as palavras em sílabas e fazer a relação entre oralidade e escrita com cada sílaba;
*realizar jogos variados para fixação das palavras, letras e sílabas;
*promover atividades de formação da sílaba com alfabeto móvel ou alfacabo;
*promover atividades de escritas com as sílabas estudadas;
*promover atividades de identificação, no interior de outros vocábulos, das sílabas estudadas;
*promover atividades de composição de novas palavras pela combinação das sílabas estudadas;
*promover atividades de memorização das letras em ordem alfabética.
“Todas essas atividades devem caminhar em duas direções: da oralidade para a escrita e da escrita para a oralidade”.
Pela proposta da professora Ligia Regina Klein, a prática pedagógica para sistematização silábica se assenta no critério de identificação fonética, e não na grafia. (Dessa forma a professora inverte o critério de identificação da grafia).
Reescrita do texto - De acordo com o processo pedagógico proposto, não é necessário aguardar que o aluno domine o código para produzir seus textos escritos. Ao contrário, é importante que o professor estimule a criança a escrever suas idéias desde o início da alfabetização. (Regina Klein).  pg.106
Avaliação em ensino da língua escrita: a avaliação é processual e tem a função de acompanhar o desenvolvimento da aprendizagem do aluno.  Pg. 109
*O resultado da avaliação não tem nenhuma destinação classificatória. Ela é importante para que o professor possa valer dele para fazer um balanço das prováveis dificuldades no progresso do aluno e planejar os procedimentos pedagógicos.
*Tem uma função diagnóstica, identificando problemas que emperram a aprendizagem e orientando novos passos do planejamento do ensino: Quais conteúdos precisam ser retomados; como tornar as questões mais acessíveis para a classe; a validade da metodologia adotada; as dificuldades próprias de determinados alunos, entre outros.
A avaliação é importante também para que a criança se situe em relação ao seu próprio progresso de apropriação do conhecimento, identificando suas conquistas realizadas e estimulando-a a avançar nos conteúdos que ainda não conseguiu se apropriar.  Pg. 110
*A ficha de avaliação, elaborada pela professora Lígia Regina Klein é muito importante para auxiliar a atividade de avaliação do professor. Por ela, deve-se privilegiar o aprendizado em lugar de apontar os erros, além de permitir uma visão detalhada do progresso de cada aluno e da classe.
* não é necessário fazer anotações diárias sobre cada aluno, mas não deixar de registrar sempre que observar algum progresso realizado por um aluno.
Letramento: novas realidades, novos conceitos: - Razões dos conceitos de letramento: Desenvolvimento de estudos sobre a escrita, Aumento da demanda social da escrita, Mudanças no modo de produção. – pg. 123 a 134
- Letramento diz respeito às práticas sociais; *o conceito de letramento não é aquilo que se faz mas aquilo que se faz na escola e na sociedade e em todas relações sociais
“A leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra e a leitura desta implica a continuidade da leitura daquele”. Paulo Freire
- Para Freire, aprender a ler e a escrever não é aprender a decodificar as palavras, está diretamente relacionado com as experiências de vida, com o contexto de uso e os sentidos que as palavras, escritas e faladas, ganham em nossas vidas.
*Emília Ferreiro – as crianças, em sua aprendizagem da escrita, não incorporam mecanicamente o funcionamento do sistema de alfabetização contextualizada, mas sim o reconstroem, a partir de um intenso processo de construção de conhecimento.
“A invenção da escrita foi um processo histórico de construção de um sistema de representação, não um processo de codificação”. ‘Ferreiro’
*Haquira Osakabe, - “a escrita atua como complemento da oralidade, cumprindo certas atribuições que se situam além das propriedades inerentes a esta”.
- A escrita tornou-se um “instrumento de interlocução à distância”, virtualmente capaz de suprimir as limitações comunicativas da oralidade. Se a fala esvanece no mesmo momento em que é produzida, a escrita permanece registrada no papel.
Dessa permanência resultam duas características do texto escrito que não existem na modalidade falada: a fixidez, conseqüência da própria natureza do veículo (papel ou outro produtor), que permite a preservação do texto no espaço e no tempo e a tendência, que o fato de escrever, apenas um dos interlocutores tem o direito da palavra, estando o outro (ouvinte, leitor) ausente, ele é previsto por quem escreve, já que escreve para ser lido e pode idealizar esse leitor.
Letramento: - (vários sentidos da palavra letramento) – “diversas dimensões do uso de letramento” – processo x estado
*processo, realizar a ação de fazer com que alguém aprenda alguma coisa; “processo pedagógico” ou um evento social que leva as pessoas a aprender alguma coisa “um processo social”;
*estado, a condição individual da pessoa “conhecimento passivo” ou adquirido pela pessoa;
Dimensão individual ou dimensão coletiva: o letramento pode ser aplicado nos dois sentidos, ex. o letramento de João (individual) ou o letramento dos brasileiros (coletivo).
*saber o sistema ou saber usar o sistema: saber o sistema é conhecer o código, as letras, os valores das letras, nome das letras, combinar letra com letra, palavra com palavra, mas não faz nada com isso.
Saber usar o sistema é, além de conhecer o código saber usá-lo para outras coisas.

Disciplina: ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO                                                                             
NIVALDO ALVES                                                                                                                     
 Nota: 8
PROVA N1

QUESTÃO 1
Explique a importância de se trabalhar atividades práticas de produção de texto.

R. Essas atividades são essenciais para que o aluno adquira competência como escritor, que seja capaz de escrever com qualidade verbal e correção linguística.

Observação do Professor:
Resposta satisfatória.

Nota: 2





QUESTÃO 2
Qual a importância de se trabalhar o processo de revisão dos textos produzidos pelos alunos? E sua reescrita?

R. No processo de revisão de texto, reescrever ajuda s criança a ser um interlocutor que se afirma ao produzir seu texto para outro ler, entender, questionar, aceitar ou recusar.
Esse processo possibilita que os alunos exercitem para tornar o texto mais compreensível para o leitor.
A reescrita ajuda a criança a refletir sobre sua própria escrita sobre vários enfoques. É importante que o professor aponte aquilo que o aluno já domina para que possa perceber questões ainda não compreendida.

Observação do Professor:
Resposta satisfatória.

Nota: 2





QUESTÃO 3
Liste e descreva três conteúdos mais específicos da produção oral.

R.  Procurar pronunciar as palavras corretamente, fugindo das ortoépias, prosódias e hipercorreção; recursos de entonação para expressar sentimentos (ternura, raiva, medo), expõe as idéias ecom clareza, apresenta as idéias em sequência lógica, rítmo adequado, sem lerdeza nem atropelo.

Observação do Professor:
Resposta satisfatória.

Nota: 2





QUESTÃO 4

O que é o valor posicional de uma letra dentro do processo de alfabetização?

R.  O valor posicional de uma letra é quando uma única letra pode representar dois fonemas diferentes dependendo da sua posição na sílaba que ela está. Ex. a letra (L) tem um valor fonético na palavra (lata) e outro valor fonético na palavra (alta).


Observação do Professor:
Resposta satisfatória.


Nota: 2





Disciplina: SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO                                                                                         
Aluno:  NIVALDO ALVES                                                                                                                          PROVA
N1                                                                                                                                                  
 Nota: 7. 5

QUESTÃO 1
Como a utilização pedagógica das novas tecnologias da informação pode auxiliar a aquisição de conhecimentos por parte dos alunos?

R. Todo tipo de contato com a escrita, seja pela interação com pessoas que lêem e escrevem, seja pela manipulação com os materiais escritos, são considerados partes do processo de aquisição da escrita; inclusive através da interação do aluno no mundo virtual, atravéx do aprendizado e da utilização da tecnologia moderna e seus recursos (computadores, internet, aulas audio-visuais).
As novas tecnologias e as nova metodologias encorporadas ao saber docente modifica o papel tradicional do professor. Elas podem auxiliar a relação cognitiva dos alunos com os objetos de conhecimento e facilitar a comunicação em sala de aula.

Observação do Professor:
Resposta Satisfatória.

Nota: 2





QUESTÃO 2
Descreva o que pode ser considerado um "analfabeto funcional".

R. Analfabeto funcional é considerado o indivíduo que não possui nem o ensino primário.
Pode ser considerado também um analfabeto funcional o indivíduo que não opera  minimamente um computador.

Observação do Professor:
A resposta atende parcialmente ao solicitado.

Nota: 1.5





QUESTÃO 3
Defina Estado estabelecendo uma relação entre soberania e autonomia.

R. Por forma de Estado, entendemos a maneira pela qual o Estado organiza o povo, o território e estrutura o seu povo relativamente a outros de igual natureza.
Estado goza de autonomia no plano interno e externo e é soberano sobre seu território.

Observação do Professor:
Resposta Satisfatória.

Nota: 2





QUESTÃO 4
Explique o que Pierre Bourdieu, chama de violência simbólica.

R. Para Pierre é um tipo de violência exercida em parte com o consentimento de quem a sofre. A raiz da violência simbólica estaria, desse modo, presente nos simbolos e signos culturais. A violência simbólica nem é percebida como violência, mas sim como uma espécie de interdição desenvolvida com base em um respeito que naturalmente se exerce de um para outro. Exemplo disso é a atitude professoral, a qual presupõe o uso legítimo de estratégias punitivas em relação ao aluno (como reprovação e castigos) que não se enquadram nos moldes sociais da instituição escolar.

Observação do Professor:
Resposta Satisfatória

Nota: 2

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